Olhar Direto

Terça-feira, 07 de maio de 2024

Notícias | Cidades

Mulheres saem às ruas pelo fim da violência e exploração

Literalmente abraçado pelas Secretarias de Saúde e Ação Social do Município, o Dia Internacional Contra a Exploração e Violência à Mulher foi lembrado em Rondonópolis com uma passeata pelo centro da cidade. As centenas de pessoas que participaram do ato saíram da Praça Brasil, por volta das 08h30min da manhã desta segunda-feira (25), e com as ruas liberadas pelos agentes de trânsito sensibilizaram os consumidores, visitantes e trabalhadores sobre a importância da causa. Um dos pontos altos da caminhada aconteceu em frente a uma loja, onde trabalhava uma jovem que recentemente foi assassinada pelo namorado.


A gerente do Departamento de Ações Programáticas da Secretaria de Saúde do Município, Eliane Ormund, avaliou que a realidade da violência contra a mulher, apesar de muito melhor rastreada que outra, ainda é um campo impreciso, haja visto que o medo de denunciar ainda é a barreira a ser vencida neste luta. “Estudos apontam que apenas 10% das mulheres agredidas tomam a coragem de procurar ajuda. Destas mulheres, também apenas 10% procuram um serviço de acompanhamento psicossocial para não ter sequelas desta violência”, argumenta.

Segundo Ormund a Organização Mundial da Saúde – OMS entende o atendimento a mulheres que foram vítimas de violência como uma necessidade urgente de intervenção do Poder Público, para que estas pessoas não tenham suas vidas amorosa, profissional e familiar abalada pelos traumas. “É compulsório. A mulher que vive um tempo de repreensão econômica, impedida de trabalhar, humilhação e a própria agressão física necessita de um trabalho psicológico muito bem feito ou então isto vai ser refletido negativamente em outros setores de sua vida”, disse.

Os servidores das unidades do Programa de Saúde da Família – PSFs e dos outros Centros de Atendimento público do Município receberam uma capacitação de técnicos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, que vieram a Rondonópolis em setembro falar sobre as características da paciente que passou ou passa por violência doméstica. Segundo a gerente de Ações Programáticas este olhar mais sensível tem ajudado na identificação de casos que estavam ‘escondidos’. “Muitas vezes o profissional se depara com uma paciente indo constantemente à unidade, falando de diversos problemas de saúde, que muitas vezes não existem, e acaba não percebendo que o problema desta mulher é outro. Esta ótica mais apurada tem ajudado na expansão do nosso trabalho”, avaliou, lembrando que já existe em Rondonópolis o Viva, o programa de Vigilância da Violência e Acidentes, que desenvolve também um trabalho especial com mulheres agredidas.

O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher também se juntou às mulheres que atuam nas Unidades de Saúde do Município e às outras cidadãs na caminhada. A presidente do Conselho, Mara de Oliveira, discursou em frente a loja onde trabalhava uma das vítimas fatais de crimes passionais cometidos por companheiros na cidade. Ao lado da família da jovem falecida, Mara lamentou a perda. “Eles estavam apenas dois meses juntos e esta covardia aconteceu. O criminoso já está preso e esperamos que lá permaneça. Temos que lutar cada dia mais por justiça, para que casos tristes como estes não ocorram mais e crianças como esta não percam suas mães”, disse, referindo-se ao filho pequeno da trabalhadora assassinada que estava no ato.
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