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Segunda-feira, 20 de maio de 2024

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Policial do Estado cedido à Prefeitura operacionalizou prova contra João Emanuel

Foto: Reprodução

Policial do Estado cedido à Prefeitura operacionalizou prova contra João Emanuel
O policial civil Wilton Brandi Hohlenwerger Júnior, cedido pelo Governo do Estado à Prefeitura de Cuiabá para trabalhar na segurança orgânica da administração municipal, foi o responsável por viabilizar tecnicamente a gravação um vídeo que mostra o presidente afastado da Câmara de Vereadores, João Emanuel (PSD), negociando uma licitação do Legislativo com uma empresária, no que seria o pagamento por uma área supostamente grilada pelo parlamentar.


Veja dois trechos do vídeo (aqui) e (aqui).

As imagens são provas utilizadas para embasar a “Operação Aprendiz”, deflagrada na manhã de quinta-feira (28) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). De acordo com documentos obtidos com exclusividade pelo Olhar Direto, a ideia de fazer uma gravação a partir de uma câmera oculta partiu do policial, em uma reunião com o advogado José Antônio Rosa e com a empresária Ruth Hercia da Silva Dutra, realizada na manhã do dia 07 de outubro.

Em depoimento ao Gaeco, Wilton afirmou que “recebeu a missão do Secretário de Gestão, Dr. Pascoal (Santullo), pra que entrasse em contato com o Dr. José Antonio Rosa, advogado do prefeito, uma vez que o Dr. José Antônio Rosa tinha relatado ao secretário a ocorrência de eventual crime praticado contra a administração".

Na reunião, Wilton foi questionado por José Rosa como o encontro entre Ruth e João Emanuel poderia ser documentado, e imediatamente ele respondeu que a própria empresária poderia grava a negociação pelos terrenos supostamente grilados.

Mais adiante, no depoimento, Brandi afirma aos agentes do Gaeco ter repassado uma cópia da gravação da reunião entre Ruth e João Emanuel diretamente ao secretário de Gestão, Pascoal Santullo, o qual deveria repassar a “prova” à Delegacia Especializada em Crimes Fazendário, que, no entanto, a enviou diretamente ao procurador Geral, Paulo Prado.

O Esquema

De acordo com as investigações do Gaeco, João Emanuel estaria envolvido em um esquema de “grilagem”. Ele falsificaria documentos públicos de imóveis e os utilizava como garantia para agiotas, a fim de captar recursos para campanha eleitoral de 2014, na qual concorreria ao cargo de deputado estadual.

Os proprietários dos terrenos seriam pagos com ofertas de participação em processos licitatórios fraudados na Câmara Municipal. A gráfica Documento é um dos empreendimentos com participação suspeita em licitações. A empresa venceu o pregão presencial 015/2013 e firmou o contrato 001/2013, o primeiro da atual gestão de João Emanuel. A favor da empresa foram empenhados mais de R$ 1,6 milhão para prestação de serviços gráficos e fornecimento de material de expediente para escritório.

João Emanuel já foi acusado de participar de esquemas de grilagem em 2011 e 2012, em um esquema que contaria com apoio de advogados e cartórios. Na época, o caseiro Miguel Vieira, que morava e cuidava de uma área da Certa Empreendimentos Imobiliários Ltda, afirmou ter sido “perseguido” pelo vereador para passar a posse do terreno em troca de casas populares e benefícios da Prefeitura de Cuiabá.

Vieira acabou tendo que se ausentar do local com a família para realizar um tratamento de saúde em São José do Erval (RS) e lá ficou sabendo que a área havia sido invadida por terceiros. A disputa pelo terreno então foi parar na esfera judicial, onde o grupo ligado a João Emanuel Moreira Lima e seu irmão, o advogado Lázaro Moreira Lima, usou a matrícula de outro imóvel para tentar colocar o terreno, avaliado em R$ 45 milhões, sub judice. Já naquela época era ventilado que os terrenos eram usados como garantias para financiamentos. (Leia mais AQUI)

Ano turbulento

Ser alvo da operação do Gaeco é mais um dos problemas enfrentados pelo vereador João Emanuel no decorrer do segundo semestre de 2013. Em setembro parlamentar foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por participar de um suposto esquema de vendas de sentença organizado para conseguir a soltura de narcotraficantes internacionais da família Pagliuca.

De acordo com a denúncia do MP, o vereador era a mente pro trás das ações do estudante de direito Marcelo Santana para tentar cooptar o assessor da Vara do Crime Organizado para redigir uma minuta de decisão favorável à liberação da família Pagliuca. Interceptações telefônicas comprovariam a participação de João Emanuel, que na época dos fatos ainda era candidato a vereador. (Leia mais AQUI)

Em agosto e setembro, o vereador protagonizou uma luta judicial para se manter como presidente da Câmara. João Emanuel enfrentou um pedido de afastamento por conta de quebra de decoro assinado por 16 vereadores, que em uma sessão sem energia elétrica nem notas taquigráficas, ratificaram a proposta. O caso foi parar na Justiça e, depois de muitas liminares, sendo presidente em sessão sim, sessão não, o parlamentar conseguiu se estabilizar novamente no cargo após selar as pazes com a base governista.
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