Moradores de Várzea Grande estão assustados com a criminalidade no município. Somente no ano passado foram contabilizados um total de 5.644 crimes contra o patrimônio (roubos e furtos) de acordo com estatística da Polícia Judiciária Civil. A sensação de insegurança afeta até mesmo quem já teve a responsabilidade de cuidar de todo o policiamento em Mato Grosso, o ex-comandante geral da Polícia Militar, coronel José Maria Ribeiro de Moraes, que hoje está na reserva da Corporação.

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Para ele, mais do que atuar somente na ação ostensiva, é preciso urgente a construção de mais unidades prisionais. “Não se trata de uma pessoa em si do sistema judiciário. É preciso que se acompanhe, por exemplo, quem está inserido no regime semi-aberto e criar organismos que acompanhem de fato e que viabilizem a reinserção desse cidadão”, avalia.
Coronel José Maria esteve há frente da Polícia Militar entre os anos de 2001 e 2003, e pondera que não bastam ações de policiamento. “É como enxugar gelo. Claro, que a polícia mesmo não consegue atender toda a demanda, mas é preciso abrir mais vagas, ampliar o sistema”.

O ex-comandante é morador do bairro Nova Várzea Grande e teve sua casa invadida no ano passado. Ele relata ainda que na quadra onde mora, na rua Aragarças, quatro residências foram invadidas em um curto espaço de tempo. No final do ano passado, o empresário I.,de 36 anos, teve a sua casa invadida em plena tarde. A residência está instalada no bairro Centro Norte, a cerca de dois quilômetros do Aeroporto Internacional Marechal Rondon. Ele, sua filha de 11 anos e sua mãe, de 70 anos, estavam na casa. “Você não pode nem pensar em sair e deixar por um minuto o portão aberto”. O empresário foi agredido e por pouco não perdeu os dedos para que entregasse objetos de valor.

Vagas

Na última semana, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos divulgou que até o início de 2015, mais seis unidades prisionais serão entregues em todo Estado. Ainda segundo a Sejudh, serão mais duas mil vagas em Juína, Peixoto de Azevedo, Porto Alegre do Norte e também Sapezal. Outro seis projetos estão em fase de aprovação pelo Departamento Nacional Penitenciário, ampliando o total de vagas para 1,8 mil. 

Policiamento

Para  reforçar a segurança pública, o Governo do Estado realiza neste mês concurso público para preenchimento de 2,1 mil vagas distribuídas para os cargos de soldado da Polícia Militar, soldados do Corpo de Bombeiros, escrivães e investigadores da Polícia Judiciária Civil. São ofertadas 1,2 mil vagas para soldados da Polícia Militar, 300 para soldados do Corpo de Bombeiros, 150 para escrivães e 450 para investigadores da Polícia Judiciária Civil. Os novos policiais já deverão estar atuando ainda no primeiro semestre de 2014.

O governador Silval Barbosa questionado sobre melhorias para as polícias informou que "todo serviço de policiamento  é realizado mediante estudo técnico para a alocação correta dos profissionais, seja delegado de Polícia, investigador, onde podem atender melhor a população".  Declarou ainda que foram 2,2 mil homens contratados para forças de segurança. “No meu governo ocorreu o maior número de contratação de concursados para forças de segurança, além de 100 delegados e 1.500 agentes prisionais”.