O presidente estadual do DEM, ex-governador e deputado federal Júlio Campos, cobrou uma definição pública e urgente do senador José Pedro Taques, pré-candidato ao governo de Mato Grosso pelo PDT, para a definição da vaga ao Senado da República. “Ele não pode ficar brincando de escolher aliados. Tem de escolher. Eu fui do PDS e, depois do PFL [seu sucessor], que agora é DEM. Nunca mudei de partido e sempre tive um lado. Ele tem de fazer isso”, cobrou Júlio.
Campos deixou bem claro que a prioridade é assegurar uma vaga para a reeleição do seu irmão, ex-governador e senador Jayme Campos (DEM), para o Senado. “É um nome cuja densidade eleitoral, força política e liderança dispensa discussão”, provocou ele.
Defensor da realização de pesquisa eleitoral para definir o candidato a senador na chapa de Taques, o presidente do DEM não esconde uma certa irritação com PDT e PSB, do prefeito Mauro Mendes. Isso por causa do aprofundamento do diálogo de Taques e Mendes com o Partido da República, que tem o deputado federal Wellington Fagundes como pré-candidato.
“Ele [Taques] não pode ficar com conversa fiada para boi dormir. Não pode ficar achando que somos crianças ou ‘bobó cheira-cheira’ e que ninguém sabe de nada, com quem ele [Taques] está conversando”, criticou Júlio.
“Chegou o momento de definir. Não dá mais pra enganar: ou eles ou nós! Ou fica com partidos de oposição ou marcha com os partidos do governo ou a favor”, cobrou Júlio. “É que tem de ser feita a escolha. Eu nunca mudei de lado. Você que é homem público tem que escolher os seus aliados”, observou Campos.
O presidente do DEM argumenta que não existe imposição na candidatura de Jayme para o Senado, mas, sim, respeito à vontade popular. “Não é que Jayme faça questão de disputar a reeleição, mas, sem dúvida, trata-se do nome melhor aquilatado, atualmente. Duvidam? Então vamos fazer uma pesquisa em março e ver quem é o candidato mais forte?”, desafiou Júlio Campos.
No reverso da medalha, o presidente do DEM cobrou de Wellington Fagundes mais lealdade para o governador Silval Barbosa. “Pelo pouco que entendo de política, creio que ele deve um pouco de lealdade para Silval, com quem o PR ocupa diversas secretarias de Estado. Pode até apoiar o Pedro Taques, sim, desde que deixe as bases de Silval. Estão sugando o governo”, completou Júlio.
Pedro Taques não atendeu nem retornou às ligações da reportagem do
Olhar Direto.
Já Wellington Fagundes foi contundente e disse que aprendeu fazer política com Júlio Campos. “Sem dúvida, ele [Júlio] que política é arte de conversar. E, atualmente, estamos apenas conversando com os possíveis aliados de amanhã”, resumiu Fagundes, numa alfinetada em Júlio.