O pai de deficiente físico morto em abordagem policial acionará autor do disparo na Justiça e diz que está empenhado para que ele seja exonerado da Polícia Militar. Nesta semana, Ademar Oliveira, esteve na Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) para prestar depoimento sobre o filho, Ademar Oliveira Júnior, de 19 anos.
“Ele pode até matar gente, mas não pode ser policial militar”, assegura o pai do rapaz, em entrevista ao site Olhar Direto, nesta sexta-feira (17). O jovem morto era o caçula dos cincos filhos de Ademar e possuía problemas mentais e surdez. Ele morreu no dia 07 de janeiro, em Cuiabá, depois de ter fugido da residência onde morava. Durante uma abordagem da PM, um dos policias disparou contra o rapaz na altura do peito que morreu no local.
Revoltado com a forma que o filho morreu, Ademar afirmou que não apenas irá até o fim no processo judicial, como também pretende acionar a justiça por danos morais depois de seu filho ter sido preso no natal de 2013 sem se quer conseguir pronunciar seu nome.
Leia mais:Pai de deficiente morto pela PM quer que “a Justiça seja feita
Policial Militar mata jovem deficiente mental e auditivo que teria 'reagido' a abordagem
“Eu estava viajando a trabalho quando soube que ele tinha sido preso acusado de abuso por uma visinha. Ela dizia que meu filho estava correndo atrás da sua filha, mas nada disso foi confirmado. O pior foi que os policias levaram ele para delegacia sem sequer conseguir identificá-lo, pois ele n conseguia nem dizer o nome”, conta revoltado.
Ademar também revelou que seu filho chegou a ser levado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá(CRC). Porém, na ocasião decidiu não denunciar os policias que efetuaram a prisão para evitar anos de processo.
Um inquérito policial foi instaurado da DHPP para apurar a morte de Ademar. O delegado Geraldo Gezoni está encarregado pelas investigações e já solicitou as imagens de uma câmera instaladas nas proximidades do local da morte que gravou toda a ação policial, e, também das imagens registradas pelos próprios policias.
Gezoni, por meio da assessoria de imprensa da Polícia Judiciária Civil (PJC), pretende esclarecer se no momento da abordagem o rapaz teve a intenção ou não de sacar a arma, que se acordo com a PM, tratava-se de um facão que teria sido confundido com uma arma de fogo. O inquérito deverá ser concluído até a primeira quinzena de fevereiro.