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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Notícias | Cidades

Projeto de Rondonópolis ganha destaque internacional

A oferta de Educação de Jovens e Adultos no Sistema Prisional de Rondonópolis atravessou fronteiras e ganhou destaque no 9º Congresso Internacional de Educação Superior, realizado em Cuba, no período de 10 a 14 de fevereiro. A história de sucesso que vai desde a alfabetização até o ingresso de reeducandos na universidade foi contada para o Brasil e o mundo, graças ao empenho das professoras responsáveis que apresentaram um artigo sobre a política pública de inclusão junto ao evento que reuniu doutores, reitores e ministros de Educação de 47 países.


Rondonópolis e Mato Grosso foram representados no Congresso pelas coordenadoras da escola da Penitenciária da Mata Grande e da Cadeia Pública Feminina, Carmen Lucia Giuntini e Creuza Rosa Ribeiro, junto com a doutoranda Luciana Ribeiro Aporta que também atua na educação prisional do município. As professoras contam emocionadas que a iniciativa despertou interesse no público presente. Governantes do México e da Colômbia oficializaram o convite para fazer a publicação do artigo em revistas de circulação naquelas nações.

Creuza e Carmen contam que dentre 2.400 projetos divulgados no Congresso de Cuba, apenas dois são referentes à Educação dentro do Sistema Prisional. Mas, apenas o de Rondonópolis atua da alfabetização até a conclusão do ensino médio e ingresso no ensino superior. O outro divulgado é o do México que implantou a universidade nas prisões. Os demais estão voltados para o tema do Congresso que acolheu ideias sobre ‘uma universidade com responsabilidade social’ e discutiu as políticas de cursos superiores.

Na opinião das educadoras que investiram recursos do próprio bolso para fazer a divulgação do projeto na esfera internacional, o diferencial de Rondonópolis naquela exposição de ideias e metodologias de ensino-aprendizagem foi a preocupação com a alfabetização dentro do presídio. Creuza conta que a Secretaria de Educação do Município - Semed implantou a Educação formal dentro da Penitenciária da Mata Grande e na Cadeia Pública em 2008. A Pasta Estadual – Seduc que já atuava com programas ali desde 2004, passou para a formalidade em 2007.

O trabalho unificado que é desenvolvido graças à parceria permanente da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, garante ensino básico e médio para cerca de 80 alunos por ano. Desse total, a média de 25 homens e mulheres reeducandos vencem a barreira do analfabetismo e são despertados para as possibilidades de uma vida mais digna.

Creuza e Carmen avaliam que o sucesso do projeto está na metodologia e no sistema de planejamento de aulas que é focado na meta de estimular o aluno a voltar para a escola no dia seguinte, com sede de saber mais. “O que está colocado no planejamento de aula é que faz o sucesso da escola prisional. Temos que mostrar o que pode modificar a vida dessas pessoas que já trazem toda uma vivência. Temos que ter muita sensibilidade para fazer a educação acontecer aqui dentro”, observam.

A coordenadora Creuza Ribeiro acredita que a divulgação do projeto em Cuba é um fato importante que pode ajudar a consolidar a Educação Prisional como uma política pública de inclusão social. Em sua opinião, o papel da educação dentro do presídio ultrapassa o processo de ensino-aprendizagem. “Nosso papel é muito mais que ensinar a ler e escrever. Precisamos humanizar e ensiná-los como devem viver em sociedade”.

Satisfação Pessoal

As professoras Creuza Ribeiro e Carmen Lúcia que convivem com o preconceito desde que assumiram a educação prisional, confessam a satisfação de poder levar ao conhecimento do Brasil e do Mundo o resultado positivo do projeto. “Temos a alegria de podermos apresentar nossa metodologia para cerca de três mil delegados e uma plateia formada por doutores, reitores e ministros de educação. Conseguimos despertar o interesse de outros países. Mas, a maior satisfação que temos é a de podermos mostrar para familiares e amigos a importância do trabalho que desenvolvemos para fazer o diferencial na vida desses alunos”, destacam.

Escola Prisional

A Escola de Ensino Básico e Médio dentro da Penitenciária da Mata Grande e da Cadeia Pública Feminina contam com uma estrutura razoável, graças ao empenho da equipe que reúne servidores das Secretarias Estaduais de Educação e Justiça e Direitos Humanos e a Municipal de Educação. São 13 profissionais que trabalham para fazer a diferença na vida dos reeducandos, pela educação.

Especialista em Gestão em Segurança Pública e Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica, Creuza Ribeiro divide a responsabilidade de coordenar a escola com Carmen Lúcia que é especialista em Proeja e atua na rede estadual há 26 anos. Ao todo são 12 professores em sala de aula e um secretário escolar do quadro da Secretaria de Justiça. Tanto o Estado quanto o Município oferecem Formação Continuada para os professores da Escola Prisional.
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