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Domingo, 30 de junho de 2024

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Oposição pode pedir cassação do mandato de André Vargas

A semana vai ser decisiva para o deputado petista André Vargas, vice-presidente da Câmara dos Deputados, alvo de várias denúncias na semana passada. A Câmara decide se abre investigação sobre quebra de decoro e a oposição quer a cassação do mandato do deputado.


Três partidos de oposição vão entrar com uma representação no Conselho de Ética para que André Vargas dê explicações. Para PSDB, Democratas e PPS, as denúncias que envolvem o vice-presidente da Câmara podem configurar quebra de decoro parlamentar.

Os partidos anunciaram que entram nesta segunda-feira (7) com uma representação. “Vamos dar entrada em uma representação junto a Conselho de Ética para que o deputado André Vargas possa se explicar, porque são fatos graves e merecem esclarecimento junto à opinião pública”, disse Antônio Imbassahy, vice-líder do PSDB.

A iniciativa da oposição pode levar à abertura de um processo de cassação do mandato do deputado. Além disso, o PPS também anunciou que vai pedir o afastamento de Vargas da vice-presidência da Câmara. Tudo por causa da relação dele com o doleiro Alberto Youssef, preso desde o dia 17 de março por suspeita de lavagem de dinheiro.

Foram publicadas no domingo (6) na página da revista ‘Veja’, na internet, novas trocas de mensagens entre Vargas e Youssef que ocorreram em 19 de setembro do ano passado, durante a tarde.

As mensagens, segundo a revista, mostram que André Vargas cobrava compromissos de Youssef e seriam mais um indício da existência de uma sociedade secreta entre o deputado e o doleiro, preso durante a Operação Lava-Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro.

No diálogo, André Vargas pergunta sobre o pagamento a consultores: “Sabe por que não pagam o Milton?”, pergunta André Vargas.

O repórter da TV Globo Eduardo Faustini também teve acesso à cópia das mensagens telefônicas interceptadas pela Polícia Federal. “Calma que vai ser pago. Falei para você que iria cuidar disso”, disse Youssef.

A conversa continua com André Vargas cobrando: “Consultores que trabalham com ele há meses e não receberam”. Youssef responde: “Deixa que já vai receber”.

A Polícia Federal não identificou quem seriam os consultores e o Milton a quem André Vargas se refere. As novas mensagens surgem depois que a revista veja mostrou neste fim de semana que o deputado petista e o doleiro conversavam sobre um contrato com o Ministério da Saúde. A data é a mesma, 19 de setembro, mas agora a troca de mensagens acontece à noite.

Youssef diz para o deputado: “Cara, estou trabalhando, fica tranquilo, acredite em mim. Você vai ver quanto isso vai valer. Tua independência financeira e nossa também, é claro”.

A TV Globo também teve acesso aos diálogos. O material mostra que essa conversa terminou pouco depois das nove da noite com risadas do doleiro. O termo é muito usado em mensagens de texto com o sentido de gargalhadas. Na transcrição, o deputado não responde.

Mais tarde, às 21h50, os dois voltam a se falar por mensagens. O deputado diz para o doleiro que um dos responsáveis pela Labogen, Pedro Argese, já estava com documento da parceria com o fabricante de medicamentos genéricos. “Bati um longo papo com Pedro e ele estava com documento de parceria com EMS”.

Ainda segundo a revista ‘Veja’, no dia seguinte, as mensagens revelam dificuldades no negócio. O doleiro Alberto Youssef diz que está enforcado e que precisa de ajuda para captar: “Estou no limite”, diz ele. O deputado petista responde: “Vou atuar”.

O petista André Vargas já teve de dar explicações sobre a viagem que fez em janeiro em um jato providenciado pelo doleiro. O deputado diz que conhece Youssef há mais de 20 anos, mas que não sabia do envolvimento dele com irregularidades. E reconheceu que não conseguiu pagar pela viagem.

Em fevereiro, André Vargas se envolveu em outra polêmica. No Congresso, ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ele repetiu o gesto de petistas presos no processo do mensalão de PT.

O deputado André Vargas não retornou nossas ligações. Por telefone, o advogado do doleiro Youssef disse que tudo não passa de especulação e que não há pedido de indiciamento de seu cliente por corrupção, e sim indiciamentos provisórios por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação ao tráfico de drogas.
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