Com alto índice de criminalidade, uma “força tarefa” com membros das Polícia Civil, Militar, e Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) , está sendo instituída com o objetivo de enfrentar a violência no município de Várzea Grande. A informação é do procurador geral de Justiça, Paulo Prado, que prefere não tecer detalhes da ação, por enquanto. Nos últimos 40 dias, a cidade acumula um total de 35 homicídios, média de uma execução a cada 27 horas. Já o número de roubos e furtos na cidade no período de abril de 2014 se mostra expressivo, foram contabilizados 2.729 crimes (entre roubos e furtos) contra 2.342 registrados no mesmo período de 2013.
Dois dias depois de desaparecer, corpo de agricultor é achado em rio
Com medo, moradores da cidade, recorrem à segurança eletrônica para tentar garantir a segurança. Depois de ter a casa arrombada por três vezes, o vendedor L.C.S., de55 anos, resolveu “investir” para evitar prejuízos. Morando próximo ao aeroporto Marechal Rondon, ele conta que da primeira vez sequer havia pago metade das parcelas de uma televisão com tela plana de 42 polegadas. Da segunda vez, objetos com valores menores, como ferramentas se foram. À medida que os ‘furtos’ se intensificaram, resolveu se prevenir. A casa conta com grades, cerca elétrica, alarme e a portões automático. “Após o investimento, não tive mais problemas, mas ainda assim, tenho medo”, relata ele.
Mesmo sem que a competência no âmbito de policiamento preventivo e ostensivo recai sobre o Executivo Municipal, o prefeito do município, Wallace Guimarães, conta a reportagem do Olhar Direto que o incomodo é grande por conta das demandas de segurança. “A cidade é todos nós. Eu já estive na Secretaria de Segurança Pública, com o comandante de Várzea Grande, já pedi para que o efetivo da cidade fosse ampliado, e a resposta que obtivemos foi a de que o efetivo seria ampliado. Nossa demanda é por mais 300 policiais, no mínimo. O que era de competência do município, foi feito. A Guarda Municipal foi reequipada, e queremos que até a Copa do Mundo mais 60 homens sejam efetivados”.
Questionado sobre o expressivo aumento da criminalidade na cidade, o secretário de segurança pública, Alexandre Bustamante, pontuou que o aumento essa é fator que não se restringe ao município. “Percebe-se no país que houve um crescimento e por isso as ações tem como foco a prevenção”. A realização de ações conjuntas, a exemplo da que foi realizada no último final de semana e que resultou na apreensão de 128 quilos de entorpecente e no cumprimento de seis mandados de prisão, são exemplificadas como estratégias em execução”.
Tecendo uma avaliação uma avaliação histórica sobre o sistema de segurança, ele pontua que não é possível uma ponderação unilateral. “Existem fenômenos que estão associados. A gente fala de segurança, mas na verdade, existe um grande arcabouço – justiça, ressocialização, falta de amparo - que necessita ser discutido. Quando a família não consegue mais controlar, quando ele vai para o sistema e ai passa a ser um problema de segurança pública”.
Bustamente garante que mesmo com as deficiências no efetivo, tanto das Polícias Civil como Militar o que impossibilita um trabalho mais amplo tanto de investigação, como de policiamento ostensivo, o trabalho é desenvolvido com base em georreferenciamento das áreas de maior concentração de ocorrências garante efetividade as ações. Hoje, o efetivo da PM é de cerca de 6, 8 mil homens e da Polícia Civil a estimativa é de outros 3 mil. Em junho, mais 2,1 mil profissionais da segurança devem ser nomeados após a realização de concurso público realizado em janeiro.
