A Polícia Técnica (Politec) realizou sexta-feira (30) a reconstituição do atropelamento que ceifou a vida da universitária Rayane Francine Maciel da Silva, 20 anos, morta ao ser atingida pela caminhonete do namorado, Sérgio Santos Farias, 40 anos, em Barra do Garças (a 509 km de Cuiabá). O empresário participou da reconstituição, mas ele chegou correndo ao local da perícia e evitou contato com a imprensa.

Sérgio veio por uma rua lateral e quando viu uma equipe da reportagem se aproximando ele saiu correndo em direção aos policiais. O empresário alega que a namorada morreu quando tentou subir na caminhonete e o estribo do veículo quebrou sendo ela atingida pela roda traseira. O atropelamento ocorreu após uma discussão do casal. Rayane foi socorrida pelo namorado, porém não resistiu aos ferimentos e morreu no Pronto Socorro. Após deixá-la no hospital, o namorado saiu do flagrante e se apresentou no dia seguinte na delegacia acompanhado de advogado.

Sérgio que é empresário do ramo de construção ficou preso por vinte e oito dias a pedido dos delegados Joaquim Leitão e Débora Cardoso que ainda tentaram prorrogar a prisão, porém o pedido foi negado pelo juiz Wagner Plaza por ofício que mandou soltar Sérgio no dia 23 de maio.

Durante a reconstituição, Sérgio ficou escondido longe do ângulo das câmeras. Ele acompanhou o trabalho dos peritos e apresentou a versão dele mostrando como Rayane foi atingida. As informações de testemunhas também foram utilizadas para confrontação. Inicialmente a polícia usou um manequim para simular a posição de Rayane e uma policial na reprodução dos fatos.  

O atropelamento aconteceu dia 24 de abril quando Rayane foi até a construção do namorado pegar alguns pertences que estavam na caminhonete dele. A jovem estava decidida a terminar o namoro e ir para Cuiabá quando houve uma discussão do casal. A mãe de Rayane, Maria Edilza; a irmã Letícia e a prima Wanessa que assistiram a reconstituição não acreditam na versão de que a universitária tentou subir na caminhonete e voltaram a dizer que suspeito que o namorado a atropelou intencionalmente  

Familiares de Sérgio também acompanharam o trabalho da polícia, porém não quiseram se manifestar. Rayane era aluna de Ciências Contábeis na Faculdade Cathedral, e segundo a família, ela se queixava da violência do namorado e pretendia terminar o namoro.  

O serviço da reconstituição demorou em torn de três horas. A partir de agora os peritos devem entregar dentro de dez dias o laudo final sobre como transcorreu o acidente. O delegado Joaquim Leitão disse que a simulação vai ajudar a polícia esclarecer algumas dúvidas sobre o acidente e indiciar Sérgio. O delegado rebateu também as críticas do advogado Reinaldo Leite ao comentar que a polícia errou por não ter colocado a certidão de óbito de Rayane no pedido de prorrogação da prisão.  

"O fato do Sérgio está solto foi divergência de interpretação do juiz de que não haveria mais necessidade da prisão, porém para nós da polícia e o Ministério Público concordou nós entendemos que há indícios para mantê-lo cautelarmente preso. Esse detalhe da certidão de óbito é no julgamento de mérito e se o empresário está solto foi decisão do juiz mesmo porque eu acredito que ninguém tem dúvida de que a Rayane morreu", frisou Leitão. Valte destacar que o mesmo juíz em questão, Wagner Plaza, anteriormente autorizou a exumação da universitária em outro ponto da investigação. 

Ao final da reconstituição, Sérgio saiu rapidamente cercado por familiares e o advogado e mais uma vez evitou a imprensa. O delegado Leitão disse que ele e a delegada Débora Cardoso devem concluir o inquérito dentro de trinta e no máximo quarenta e cinco dias.