Obra deveria ter ficado pronta antes da Copa do Mundo
As obras do metrô de superfície VLT em Cuiabá (MT), que ainda estão em andamento mas deveriam ter ficado prontas antes da Copa do Mundo para melhorar a mobilidade urbana na cidade, não vão ser entregues à população em dezembro deste ano, conforme o prometido, e, provavelmente, nem no primeiro semestre do ano que vem, como aponta relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Cuiabá sediou quatro jogos do mundial, na Arena Pantanal.
Este é 4º relatório elaborado pela Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa do Mundo da Fifa 2014 e contraria a previsão de entrega do VLT que o governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) deu, dois dias após à última partida na Arena Pantanal, quando várias autoridades públicas apresentaram um balanço 100% positivo do evento na cidade. Na ocasião, Barbosa assegurou mais uma vez, que as obras do VLT ficariam prontas em dezembro de 2014 e as demais o quanto antes, “rapidamente”, mas não deu uma data certa de entrega.
O contrato do VLT é o nº 37/2012, celebrado entre a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) e o consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande, que ofertou R$ 1.477.617.217,15 para executá-lo, o que representou um desconto de 9,5% em relação ao orçamento previsto no processo licitatório.
O relatório do TCE que, além das obras, considera também equipamentos e instalações do metrô, aponta que houve atrasos sem justificativas por parte do consórcio, não havendo “aditivo contratual acerca de eventual prorrogação do prazo, o que deixa o contrato sem suporte jurídico”. O documento observa também a relação entre o andamento das obras e o prazo de entrega e, quanto a isso, indica que “nesse ritmo, será necessário no mínimo mais um ano para a conclusão das obras”.
Concluída, mas com problema
As visitas técnicas foram feiras nos dias 11 e 12 de junho e a comissão não ignora avanços significativos em alguns pontos, como é o caso do viaduto do Aeroporto, que está concluído, porém com problemas. “Observou-se a inexistência de juntas de dilatação nos trilhos. Tal patologia impedirá a livre movimentação da estrutura de concreto, causando-lhes fissuras”, diz trecho do documento. O mesmo problema foi detectado em outro viaduto, próximo à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que também já está pronto.
Das 56 obras de mobilidade urbana para a Copa em Cuiabá prometidas só 19 ficaram prontas até os jogos. A aceleração para a conclusão delas gerou, inclusive, transtornos no trânsito da cidade e levantou a preocupação com a qualidade dos serviços prestados, como denunciou o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).
O governador, no entanto, tem sido categórico. “Se vocês me perguntarem quando as obras serão inauguradas, eu respondo: quando ficarem prontas. Mas quero afastar esse fantasma de que não serão concluídas. Há contratos assinados e recursos para que sejam realizadas até o fim”, afirmou.
A Comissão do TCE tem o objetivo de “acompanhar e contribuir para a conclusão das obras essenciais ao evento”. Porém, com o término do evento, os maiores interessado na finalização delas é a população de Cuiabá, uma vez que, conforme estudos prévios, há 30 anos já havia a necessidade dos viadutos e demais intervenções urbanas que só agora foram feitas para atender ao evento.
O VLT é a maior obra desse pacote pensado pela Secopa para que tudo desse certo com relação ao tráfego durante o mundial.
