As mulheres mato-grossenses se vestiram hoje de lilás e se mobilizaram para lembrar à sociedade que é tempo de buscar “a Justiça, a Equidade e a Paz” em prol do fim da desigualdade entre homens e mulheres. Elas se juntaram aos homens, na V Marcha das Violetas, que, pelas ruas do centro histórico de Cuiabá, lembrou que é tempo de buscar a igualdade entre homens e mulheres.

A marcha faz parte das atividades em torno do Dia Internacional da Mulher, que acontece no próximo domingo (8). O evento na capital mato-grossense teve a participação da juíza Corregedora do Tribunal de Justiça do Maranhão, Sônia Amaral. A convite da senadora Serys Slhessarenko, Sônia esteve nessa sexta-feira (6), em Cuiabá para falar à sociedade sobre os avanços e desafios que envolvem os direitos da mulher.

“Muita coisa mudou em nossa sociedade, Conquistamos avanços, como a Lei Maria da Penha, que passou a dispensar penas mais severas aos agressores. Antes, a mulher era agredida duas vezes. A primeira (e na maioria dos casos), pelos companheiros, depois pela Justiça, que impunha como penalidade aos agressores o pagamento de cestas básicas. Como a grande maioria dos agressores são os companheiros das mulheres, eles pagavam a cesta básica à Justiça retirando, muitas vezes, o alimento da família da mulher agredida. Felizmente a Lei Maria da Penha mudou essa realidade”, comemora a juíza, lembrando que somente a Lei não basta para dar fim à violência contra a mulher. “Temos que mudar a mentalidade da sociedade e enquanto não conseguimos isso, temos que promover uma rede de proteção à mulher vítima de agressão”, completou.

Para a senadora Serys Slhessarenko (PT), a luta pela igualdade feminina na sociedade está em franco andamento, mas há ainda muito o que avançar. “Precisamos estar organizados, cada vez mais. Essa Marcha é um exemplo de que é possível mudar a realidade que está posta. Temos que mostrar à sociedade que a mulher exige e tem direito à igualdade e é isso que estamos fazendo hoje”, ressaltou.

A coordenadora da Marcha das Violetas, professora Jacy Proença, concorda com a senadora, e completa que atividades como essa marcha buscam como resultado a conscientização e o resgate dos direitos da mulher.

Marcha das Violetas tem sido utilizada exatamente como um dos mecanismos de visibilidade às mulheres, as causas comuns da nossa sociedade. Diz respeito, aliás, à superação dessa desigualdade em relação à mulher. E é também o momento de nós inserirmos, na agenda da cidade, as questões efetivamente importantes à sociedade, em geral”, explica.

Jacy Proença também saudou a participação da senadora Serys nesse movimento. “Desde o início da gestão, a senadora Serys tem sido grande parceira nossa. É uma mulher/referência na luta por todas essas causas relacionadas aos direitos humanos, em particular, aos direitos das mulheres”.

A Marcha das Violetas – é realizada desde 2005, em Cuiabá, como parte da programação da capital do Dia Internacional da Mulher. A Marcha ganhou esse nome visando a resgatar a importância da revista A Violeta, na construção da cidadania das mulheres cuiabanas. A revista foi fundada em 1916 por um grupo de jovens das escolas do antigo curso Normal e de senhoras da sociedade cuiabana, sendo editada pelo Grêmio Literário Júlia Lopes.

Participam desta marcha diversas entidades ligadas à mulher, a exemplo de associações, Movimento da Inteligência Negra, Casa da Cultura da Mulher Negra, Vara Especializada em Violência contra a Mulher, entre outras instituições.