Com o reajuste pedido pelos empresários do transporte coletivo, Cuiabá pode ser a capital com a passagem mais cara do Brasil. Este seria o segundo aumento da tarifa no município que teve um reajuste de 7.69% em março. Os donos da empresa pedem que o valor suba para R$ 3,08, representando um aumento de mais de 15% só em 2014.

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Vale lembrar que a passagem de ônibus já teve um aumento este ano, em março. Na ocasião, a tarifa que era de R$ 2,60 passou para R$ 2,80, representando um aumento de 7,69%. Caso este número chegue aos R$ 3,08, o aumento (somado) seria de 15,25%. O vereador Dilemário Alencar (PTB) criticou o pedido feito pelos empresários.
 
“Já houve aumento na tarifa neste ano. Caso prospere a reivindicação dos empresários, o aumento ocorrido em março, somado ao novo aumento pleiteado, pode chegar ao percentual de 15,25%, enquanto a expectativa do IPCA, medido pelo IBGE, entre os meses de janeiro a dezembro de 2014, pode chegar ao percentual máximo de 6,7%”, disse o vereador.
 
Se o aumento for aprovado, Cuiabá será a capital com a tarifa mais cara do Brasil, ultrapassando municípios como Rio de Janeiro (R$ 3,00), São Paulo (R$ 3,00) e Porto Alegre (R$ 2,95), que segundo a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), são as três capitais que cobram as tarifas de ônibus mais caras. Atualmente, Cuiabá está na quarta colocação.
 
“A tentativa em aumentar a tarifa bem acima dos índices inflacionários pode configurar a prática de abuso em aumento de preço em tarifa de um serviço público de caráter essencial, como é o caso do transporte coletivo, fundamental na dinâmica das cidades para transportar milhares de pessoas, que devido ao pequeno poder aquisitivo, precisam deste tipo de transporte popular para acessar os locais de trabalho, de estudo, de lazer e de oportunidade de consumo”, acrescentou Dilemário.
 
O político ainda prometeu recorrer ao Ministério Público e a justiça comum para que “a prefeitura realize nova licitação para a concessão dos serviços do transporte coletivo, visto que as três empresas de ônibus que operam em Cuiabá prestam os serviços com base em contratos emergenciais precários firmados com o município”.
 
“Virou rotina todos os finais de ano o poder público autorizar aumento na tarifa de ônibus, sem entanto, exigir das empresas a contrapartida de melhorarias nos serviços prestados aos usuários. Esta situação tem revoltado mais de 300 mil usuários que são obrigados a pagar passagem cara para usar ônibus velhos, sem ar condicionado, com superlotação no horário de pico e expostos a sol e chuva devido à precariedade dos pontos de ônibus. Vamos lutar para que não haja aumento e que a prefeitura realize uma nova licitação com o objetivo de mudar a triste realidade existente no transporte coletivo de Cuiabá”, finalizou o vereador.
 
O secretário municipal de Trânsito e Transporte Urbano, Antenor Figueiredo, explicou ao Olhar Direto que: “o reajuste na passagem de ônibus é uma clausula do contrato que nós temos que cumprir. Está acordado no contrato que todo mês de dezembro há reuniões para definir o novo valor. O reajuste é anual”. Estima-se que cerca de 300 mil pessoas utilizem o transporte coletivo em Cuiabá e Várzea Grande (contando municipal e intermunicipal).