O laudo da perícia apontou que o tiro que matou Ana Claudia Alves da Silva, 27 anos, partiu da arma do guarda municipal (GM), Evanildo Laurindo da Silva. A jovem foi morta em outubro do ano passado, em uma troca de tiros dentro de um supermercado, em Várzea Grande. O agente responderá pelo crime de homicídio doloso. Um dos assaltantes, que está preso, foi apresentado nesta terça-feira (13). Já o outro encontra-se foragido.

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“As informações que constam nos autos é que o guarda municipal estava fazendo bico no supermercado. Por conta disto, eu representei pela prisão dos três, porém, o Ministério Público entendeu que não havia a necessidade da prisão do agente, apenas dos assaltantes (Braian Júnior da Silva Café, 19 anos e Edemar Echivarria do Nascimento, 19 anos)”, disse o delegado Antônio Carlos de Araújo, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O delegado ainda afirmou que o laudo da perícia apontou que o tiro que matou a jovem partiu da arma de Evanildo, uma pistola 380: “Nós estamos com a arma que foi utilizada pelo agente, fizemos a balística e constatamos que o tiro partiu de lá. O projetil foi encontrado pelo marido da vítima. Ele fez o certo e quando o encontrou, rapidamente entregou o objeto na delegacia”.


Projétil que matou jovem partiu da arma do guarda municipal (Wesley Santiago - Olhar Direto)
 
Os dois criminosos que praticaram o roubo irão responder por latrocínio consumado e tentado (por conta da outra mulher atingida durante a ação). Braian está preso, enquanto que Edemar continua foragido. Já o agente será indiciado por homicídio doloso, já que ele teria assumido o risco ao atirar contra os suspeitos. Provavelmente, ele também deverá responder por porte ilegal de arma, já que não estava em serviço e fazia um ‘bico’ no estabelecimento.
 
O crime
 
“Os dois criminosos entraram e o guarda estava em um balcão. A vítima e as outras pessoas estavam no meio da troca de tiros, o guarda municipal assumiu o risco quando atirou contra os suspeitos”, contou Antônio Carlos. O delegado ainda estuda pedir uma reconstituição da cena do crime.
 
Marido da vítima
 
“Não é fácil perder alguém assim, ainda mais uma pessoa tão importante e sabendo que ela estava grávida. Eu tinha 99% de certeza que o tiro que matou ela partiu da arma do segurança. Eu vi ele atirando primeiro. Espero que agora se faça justiça”, declarou o marido da vítima, Diego Souza.
 
Defesa
 
“O meu advogado me instruiu para não dizer nada sem a presença dele. Só tenho a dizer que não sou culpado”, defendeu-se o acusado. O advogado dele, Lucas Arraes, acrescentou que o suspeito “permanecerá calado. Ele comprou passagens dois dias antes para Campo Verde, vamos analisar ainda as acusações”.


Investigação
 
“Chegou para nós uma denúncia anônima de uma testemunha com riquezas de detalhes sobre o crime. A pessoa veio até a delegacia e disse que dois dias depois, o Braian confessou para ela que participou do roubo. Várias pessoas reconheceram o suspeito que está detido. Não há nenhuma dúvida”, explicou o delegado da DHPP.
 
Dificuldades
  
Segundo o delegado, houve dificuldade de conseguir informações com o pessoal do supermercado: “Todas as vezes que vamos lá as pessoas dificultam a investigação policial, há uma espécie de proteção”. Também foi dito que as câmeras do local não filmaram a ação, as que estão instaladas no local são apenas inibidoras.

Entenda o caso
 
De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado pelo 4ª Batalhão, o depoimento de uma testemunha indica que dois homens entraram no estabelecimento comercial para realizar um assalto e uma pessoa (que seria o guarda municipal) reagiu à abordagem criminosa e atirou. Os bandidos revidaram a ação e houve troca de tiros.