A disputa quase visceral por “um lugar ao sol”, a baixa presença de deputados estaduais na sessão ordinária da última quinta-feira (5) e a transferência da definição para o Colégio de Líderes, não permitiu que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso apresentasse quem serão os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar as obras do Veículo leve sobre Trilhos (VLT). O baixo quorum e o cansaço da sessão noturna de quarta-feira (4) tornaram quase enfadonhos os debates da última sessão ordinária desta semana, no Plenário das Deliberações Renê Barbour.

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Existe uma queda-de-braço surda, nos bastidores, pelo comando da CPI, entre oposição e aliados governador José Pedro Taques (PDT). Originalmente, a Comissão foi proposta pelos deputados Oscar Bezerra (PSB), Janaina Riva (PSD)  e Peri Taborelli (PV), o que gerou disputas internas por conta de vaidades partidárias e territoriais.
 
Para evitar que novas desavenças atrapalhassem os trabalhos da CPI, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB), decidiu delegar para o Colégio de Líderes a criação da Comissão Parlamentar. Então, teve início uma nova briga: a busca de uma vaga de membro.
 
A reportagem do Olhar Direto apurou que o Regimento Interno do Poder Legislativo determina o respeito à proporcionalidade das bancadas para formar as comissões. A maior bancada individual é a do PR, com cinco deputados, seguida pelo PSD, com quatro. Em terceiro vem PSB, PMDB e PSDB, todas com três parlamentares, cada.
 
Maluf decidiu transferir para a próxima semana a composição da CPI do VLT, cuja obra já consumiu mais de R$ 1 bilhão do total orçado em  R$ 1,477 bilhão.  O clima de disputa política pela presidência da CPI existe e tanto  Oscar Bezerra quanto  Peri Taborelli dão como certa a participação ao menos como membros. Caberá à Mesa Diretora a indicação do presidente e do relator, em consenso com os líderes.
 
Guilherme Maluf admitiu que a Comissão tem poderes para ampliar as investigações sobre todas as obras da Copa do Pantanal Fifa 2014, realizadas em Cuiabá e Várzea Grande, caso se faça necessário.  “A nossa intenção é garantir transparência a tudo que foi feito em relação à Copa do Mundo e o VLT para a população, seja quanto a prazos, valores e qualidade das obras”, completou Maluf.
 
Para o líder do PSD, deputado Gilmar Fabris, a urgência é pela conclusão do VLT e condenou outros tipos de ações, como a realização de uma consulta plebiscitária, como a proposta pelo deputado Emanuel Pinheiro (PR). “As obras estão iniciadas e temos que encontrar soluções e não ficar criando discussões que não levam a nada”,  emendou Fabris, que cobra agilidade para a população não sofrer um prejuízo ainda maior.