A população brasileira vive um processo de envelhecimento crescente. Segundo dados do último Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, a população com 65 anos de idade ou mais, que em 1991 era de 4,8%, em 2010 já atingia a marca de 7,4%. Pelas projeções do IBGE, em 2020 a população idosa brasileira deverá alcançar os 30,9 milhões de pessoas, representando 14% da população total.
Em Cuiabá, 8% da população que gira hoje em torno de 45 mil habitantes possuem mais de 60 anos e a projeção é de que esse número chegue ao dobro em 2020.
“Ninguém está preparado, nem o poder público nem a iniciativa privada, para atender essa demanda”, disse o secretário de Assistência Social e Desenvolvimento Humano de Cuiabá (SMASDH), José Rodrigues Rocha Junior, durante a abertura da III Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa.
O evento realizado na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), pela Prefeitura de Cuiabá, Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Comdipi) e Instituto Atitude, tem como objetivo propiciar a reflexão sobre os direitos da pessoa idososa.
Para o secretário, essa realidade produz necessidades e demandas sociais que requerem respostas adequadas e urgentes, do estado e da sociedade.
“As ações terão que ser integradas e capazes de garantir o envelhecimento ativo do idoso, o protagonismo e o fortalecimento de sua participação na sociedade”, destacou.
No período da manhã, durante a mesa redonda “Protagonismo e Empoderamento da Pessoas Idosa”, as discussões giraram em torno da Gestão (Programas, Projetos, Ações e Serviços), apresentado pelo secretário José Rodrigues; Financeiro (Fundo da pessoa Idosa e Orçamento Público), pela contadora da Associação das Primeiras Damas dos Municípios de Cuiabá (APDM), Valentina Fátima Dragoni e , Participação (Política e Controle Social), pela professora da Universidade Federal de Mato Grosso (Ufmt), Janaina Carvalho Barros.
A representante do Conselho Estadual do Idoso, Francisca Amorim, destacou a importância da família a fim de garantir a participação do idoso nesse processo democrático de discussões.
Silvia Maria Ferreira, representante da Defensoria Pública no evento, defendeu o fortalecimento dos canais de denúncia contra todo o tipo de violência e a ampliação do número de Centros de Convivência.
O presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Jerônimo Urei, lembrou que todo o foco da gestão pública sobrecai sobre os municípios então, a Carta de Cuiabá - documento que reunirá as propostas a serem levadas pelo município à
etapa estadual da Conferência -, terão que ser factíveis, como a implementação de um Centro de Convivência (CCI) na Regional Oeste, para atender os idosos dos bairros Verdão, Santa Izabel e outros.
A terceira edição da conferência tem como tema principal o protagonismo e o empoderamento da pessoa idosa e, entre os desafios a serem enfrentados em relação aos idosos está a inserção social e produtiva, e a questão do cuidado. Nesse sentido, as políticas públicas de amparo aos idosos devem considerar a família, o estado e a sociedade, igualmente responsável por esses cuidados.
“A conferência é um espaço significativo de discussão, para que possamos fazer um balanço do que já foi feito e olhar para o que ainda temos que fazer e para o fortalecendo das politicas públicas de assistência social em Cuiabá”, finalizou o secretário José Rodrigues.
A IV Conferência Estadual dos Direitos do Idoso será realizada em agosto.
