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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Operação Hybris

Quadrilha que lucrava R$ 30 mi por mês com narcotráfico lavava dinheiro e tinha contrato com prefeitura

Foto: Olhar Direto

Quadrilha que lucrava R$ 30 mi por mês com narcotráfico lavava dinheiro e tinha contrato com prefeitura
O volume de ‘negócios’ da quadrilha de narcotraficantes desarticulada pela Polícia Federal durante a operação Hybris, da Polícia Federal, era tamanho que o grupo montou empresas que entraram no mercado de concorrências públicas. Por mês, de acordo com a estimativa da Polícia Federal, o grupo movimentação a cifra de R$ 30 milhões. A ação foi deflagrada na quarta-feira, 8, e resultou na prisão de 34 pessoas, além da apreensão de 11 caminhonetes Toyota Hillux, uma carreta e dois aviões. O líder do grupo é apontado como sendo Ricardo Cosme Silva. 

 
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Uma das suspeitas da PF recaí sobre a R.C.dos Santos Transportes, que mantém contrato de cerca de R$ 30  mil com a Prefeitura de Pontes e Lacerda (349 km de Cuiabá).
 
“A questão era o quê? Todo equipamento dessa empresa  era adquirido com dinheiro da droga e o lucro obtido pela prestação de serviço era lucro limpo. Ou seja, o empresário da droga passava  a ser um empresário do serviço público”, disse o delegado federal Marco Faveri, que atua na Delegacia de Combate ao Crime Organizado e é responsável pela operação.

Questionado se havia alguma participação de representantes do Executivo ele afirmou: “em princípio, porque ainda está em investigação,  pode ter havido direcionamento da  licitação e, a formação de cartel para o vencimento da licitação”.
 
Ele esclareceu que o líder do grupo mantinha uma empresa oficial e uma segunda em nome de um ‘laranja’ da própria quadrilha.  
 
Por meio de nota, a Prefeitura de Pontes e Lacerda afirmou que a empresa vencedora atendeu aos requisitos legais. Confira à íntegra:
 
“A Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pontes e Lacerda informa que a empresa Individual R C DOS SANTOS-EPP, inscrita no CNPJ nº. 08.266.905/0001-10, instituída em 31/08/2006, tornou-se vencedora do pregão tipo Registro de Preço nº. 041/2013, em 26 de junho de 2013, atendendo assim a todos os requisitos necessários conforme determina a Lei 10.520/02 e 8.666/1993. Ressaltamos que é obrigatória de acordo com a Lei de Licitações a Livre e ampla concorrência permitindo a participação de todas as empresas legalmente constituídas e que não possuem impedimento legal. Assim, deixamos claro que não há qualquer ilegalidade no ato praticado entre a empresa acima citada e esta Prefeitura. Por fim, nos colocamos a disposição para qualquer outro tipo de esclarecimento”.
 
Em coletiva na manhã de hoje,9,  o prefeito de Pontes e Lacerda, Donizete Barbosa do Nascimento, concedeu coletiva a imprensa local  e  esclareceu que a empresa vencedora teve o CNPJ instituído em 2006, sendo que o certame ocorreu em junho de 2013 com a participação de quatro empresas. O valor mensal repassado a mesma é de aproximadamente 30 mil reais, sendo que o faturamento mensal da suposta organização divulgado pela Polícia Federal é de cerca de R$ 30 milhões. O que torna a utilização da Prefeitura para tal esquema totalmente inviável. 

A Operação:
 
Segundo a PF, a  organização criminosa é fortemente estruturada e hierarquizada, com liderança firme e divisão de tarefas, incluindo a participação de casas de câmbio para a compra de dólares utilizados na negociação e a adoção de práticas violentas para aterrorizar inimigos e moradores da região de fronteira, possuindo ligações políticas que culminaram na utilização de empresas fantasmas e contratos com órgão público municipal para lavar o dinheiro obtido com o tráfico.
 
Segundo a PF, o grupo usava cinco fazendas (sequestradas por decisão judicial) instaladas na região de Vila Bela da Santíssima Trindade como base de recebimento da Bolívia. O transporte dos  ‘carregamentos’ de entorpecente (da ‘grife Superman Pancadão’) era feito por via terrestre e aérea.  A droga tinha como destino: os estados de São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Goiás, Pará, Maranhão e para Europa.
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