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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Presidente do CRM classifica Pronto-Socorro como "zona de guerra" e Prefeitura pede fiscalização

Foto: Reprodução/CRM

Presidente do CRM classifica Pronto-Socorro como
O presidente do CRM (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso), Gabriel Felsky dos Anjos, classificou a situação do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá como uma “zona de guerra”. Segundo o profissional, há registro de faltas de medicamentos e médicos e a condição do prédio em que o hospital está instalado também é precária. Os problemas foram apontados após duas vistorias feitas. O secretário de Governo e Comunicação da Prefeitura de Cuiabá, Kleber Lima, reconheceu as deficiências e pediu que o CRM cumpra o seu papel e fiscalize os médicos.


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“O ideal seria interditar o Pronto-Socorro de Cuiabá, mas não podemos fazer isso, pois o local é o único da região e atende pacientes da capital e municípios da região. Quando chegamos lá e olhamos isso tudo, parecia que estávamos em uma zona de guerra, onde os médicos tem que usar tudo que está a disposição. Aqui, pode ser comparado ao continente africano, onde não há estrutura alguma”, disse o presidente do CRM.
 
Segundo o Conselho, a Sala Vermelha, onde são recebidos casos de urgência e emergência, deveria contar com apenas oito pacientes, porém, foram encontrados cerca de 20 pessoas no local. “Praticamente todos os corredores estão ocupados com pacientes. Na Sala de Trauma são pelo menos mais 30 pacientes internados. Precisamos melhorar, antes que a saúde p´-publica em Mato Grosso entre em colapso”, afirmou Gabriel dos Anjos.
 
As vistorias na unidade foram feitas nos últimos dias 17 de junho e 07 de julho. O presidente do CRM apontou ainda que faltam médicos e medicamentos no local, além da estrutura também não ser a ideal: “Um dos exemplos é que pacientes com tuberculose, que deviam estar isolados de outros pacientes, não estão, pois não há leitos suficientes. Acredito que nem a abertura do Hospital São Benedito vai normalizar esta situação”.
 
Outros problemas apontados foram: falta de material para atendimento de urgência pediátrica; o setor de infectologia não tem isolamento e climatização adequados; uma sala de cirurgia está interditada, não há material de anestesia para atender todas as salas de cirurgia e a esterilização de materiais não é feita adequadamente. O relatório será encaminhado para o Ministério Público Estadual (MPE) e secretarias Estadual e Municipal de Saúde.
 
“Outro problema que encontramos é no interior do Estado. Os médicos são contratados com um salário de R$ 30 mil, pegam a família e se mudam de Cuiabá. Chegando lá, recebemos nos dois primeiros meses, mas depois não são pagos. Ai, o prefeito vem e diz que não há condições de continuar pagando. O que precisa ser feito, é um concurso público, nos moldes do judiciário”, finalizou o presidente.
 
Outro lado
 
O secretário de Governo e Comunicação da Prefeitura de Cuiabá, Kleber Lima, disse ao Olhar Direto que o município irá se manifestar através de nota à imprensa, mas ressaltou que “vamos fazer o nosso trabalho, mas pedimos que o CRM também faça o dele fiscalizando se os médicos estão cumprindo a sua jornada de trabalho de forma correta”.

Através de nota, a Prefeitura de Cuiabá informa que "reconhece muitos dos problemas e sugere também que sejam realizadas outras fiscalizações em unidades localizadas no interior do Estado, e na rede privada de Saúde, pelo fato de que o mau funcionamento de tais setores, afetam diretamente o sistema público de saúde da Capital".

Além disto, também foi dito que a prefeitura "vem trabalhando na melhoria da estrutura e modelo de atendimento à população com a implementação do Plano de Saneamento das Filas de Consultas, Exames e Cirurgias, que pretende diminuir o tempo de espera dos pacientes por um atendimento, priorizando a regulação e as questões ligadas à segurança".

Confira a íntegra da nota:

Com relação à fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) no Pronto Socorro Municipal,  a Prefeitura de Cuiabá, manifesta total apoio a iniciativas como essa, até como subsidio para que a gestão possa solucionar os problemas apontados.

A gestão municipal reconhece muitos dos problemas e sugere também que sejam realizadas outras fiscalizações em unidades localizadas no interior do Estado, e na rede privada de Saúde, pelo fato de que o mau funcionamento de tais setores, afetam diretamente o sistema público de saúde da Capital.

Esclarece ainda que, muitas das questões relatadas pelo CRM-MT se devem ao fato de que o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá é a única unidade de referência para Mato Grosso e Estados vizinhos, atendendo de portas abertas, a todas as pessoas que o procuram, 24 horas por dia, seja para urgências, emergências e cirurgias.

A Prefeitura de Cuiabá e a Secretaria Municipal de Saúde não têm medido esforços para tentar amenizar os problemas, investindo maciçamente  na construção e entrega à população de novas unidades de saúde como de três novas  Unidades de Pronto Atendimento (UPA), a entrada em funcionamento do Hospital São Benedito e o início das obras do novo Hospital e Pronto Socorro Municipal, no Bairro Ribeirão do Lipa. Essa obra aliás que vinha sendo prometida e protelada há mais de 20 anos e agora está sendo implementada pelo município.

Além disso, vem trabalhando na melhoria da estrutura e modelo de atendimento à população com a implementação do Plano de Saneamento das Filas de Consultas, Exames e Cirurgias, que pretende diminuir o tempo de espera dos pacientes por um atendimento, priorizando a regulação e as questões ligadas à segurança.

A Prefeitura de Cuiabá reconhece que há deficiência de pessoal em relação às unidades de saúde, por isso realizou Concurso Público, empossou 47 médicos e até o final do ano deve convocar mais 85 profissionais de diversas especialidades, além de 680 agentes comunitários de saúde e de endemias.

A Prefeitura aproveita o esforço do CRM-T para sugerir uma parceria permanente também quanto à fiscalização dos profissionais médicos no cumprimento das suas respectivas escalas de trabalho que nem sempre são cumpridas.
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