A realização de licitação para operacionalizar o sistema de transporte coletivo de Cuiabá foi alvo de cobrança do vereador Dilemário Alencar (PTB), em pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal, nesta terça-feira (11). Ele citou a precariedade dos ônibus que atendem aos usuários e lembrou episódios que por pouco não terminaram em tragédia, inclusive apresentando em plenário um vídeo de recente incêndio de um ônibus, na Avenida Getúlio Vargas, a mais famosa da Capital.
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Pouco antes da sessão, após participar de cerimônia de moção de aplausos para os procuradores municipais, promovida pelo vereador Maurélio Ribeiro (PSDB), o procurador geral Rogério Gallo afirmou que a administração Mauro Mendes obedece à legislação. “Tentar forçar o discurso político numa questão jurídica não cola. Agimos dentro da lei e ponto isso está explícito”, observou Rogério Gallo, para a reportagem do
Olhar Direto, ao lembrar que a fiscalização é executada pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana.
Dilemário Alencar não se deu por vencido e lembrou que, nos últimos meses, ocorreram pelo menos três sinistros de relevância envolvendo ônibus da frota da empresa Norte Sul. Em um deles, um ônibus perdeu o controle e invadiu a praça Maria Taquara, no centro da cidade, atropelando duas pessoas. Poucos dias depois, nas imediações da mesma praça, outro coletivo, perdeu o freio e prensou um veículo, por pouco não causando uma tragédia. Já na última semana, um ônibus da mesa empresa pegou fogo na Getúlio Vargas, onde, por sorte, todos os passageiros conseguiram sair sem ferimentos.
“Não quero ser profeta do caos, mas, novamente, venho levantar a voz diante da grave situação que estamos vivendo, onde constatamos que os usuários correm riscos constantes ao utilizar ônibus velhos e sem condições de estar trafegando. A população não agüenta mais isso. Chega de desrespeito com o cidadão”, argumentou o parlamentar do PTB, que fustiga a atual gestão.
“O prefeito Mauro Mendes deve tomar uma medida urgente. Enquanto os empresários lucram alto cobrando a terceira tarifa mais cara do país, os usuários sofrem risco de vida. Não aceitamos mais a desculpa de que temos que esperar o VLT ser inaugurado para ocorrer a licitação do transporte coletivo. Se for assim, por quantos anos teremos que esperar?”, questionou o vereador.
Dilemário Alencar ainda solicitou que o prefeito siga o exemplo do governador Pedro Taques (sem partido), que anulou o decreto do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que prorrogava por 25 anos os contratos de concessão firmados entre o governo de Mato Grosso e as empresas do transporte intermunicipal, sem que houvesse tido licitação.
Por conta disso, Dilemário invocou ainda a intervenção da Arsec que até agora não tomou nenhuma iniciativa. “A Arsec é uma agência que recentemente foi criada pelo poder Executivo para também fiscalizar o transporte coletivo, porém, encontra-se em silêncio diante do descalabro que vem ocorrendo no transporte público de Cuiabá”, protestou ele, na tribuna.
“Frotas com ônibus velhos, sem ar condicionado, superlotados e com desrespeito às pessoas idosas e cadeirantes. As empresas acabaram de ser multadas por não respeitarem os deficientes físicos. O mais impressionante é que no final do ano os empresários do transporte coletivo pedirão à prefeitura novo aumento na tarifa com esse caos. Estaremos de olho e não vamos aceitar o reajuste sem antes verificar melhorias no sistema”, emendou Dilemário Alencar.
