Procedimento será instaurado para que caso seja apurado
A Diretoria de Inteligência da Polícia Civil em Mato Grosso irá apurar a autoria para tentar identificar envolvidos na tortura a um casal, suspostamente, responsável por um crime de roubo em um bairro denominado ‘Santa Isabel’.
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Um vídeo, de 52 segundos, do ‘rescaldo’ da sessão de tortura circula por meio de aplicativo WhatsApp e mostra uma mulher e um homem, deitados no chão em meio a muito sangue. Ambos são 'estimulados' a afirmar aos agressores que não mais irão praticar assaltos. A mulher ainda é 'desafiada' a sorrir para a câmera. Já o homem é obrigado a ‘apresentar’ o dedo indicador cortado, uma "lembrança" para que não cometa mais ações criminosas. A Polícia Civil relatou que não é possível confirmar, se de fato, o episódio foi registrado em Mato Grosso e nem há quanto tempo, mas pondera que as duas maiores cidades do Estado - Cuiabá e Várzea Grande - possuem bairros com essa denominação e por isso o procedimento deverá ser instaurado. O sotaque do agressor também desperta atenção, no entanto, somente procedimento investigatório irá apontar se as imagens foram gravadas no estado. “Fala pra mim por que você apanhou? Fala, não vou roubar mais no Santa Isabel.. Fala senão vai apanhar mais. Fala e dá um sorriso”, diz um agressor em um dos trechos gravados. Estudioso da área de segurança pública, o professor e sociólogo, Naldson Ramos, alerta sobre a adoção, cada vez mais recorrente, de 'medidas' pela população. “O que se confunde em alguns momentos é a justiça com o justiçamento. Isso vem sendo impregnado em nossa formação cultural, desde a época da escola. A ideia do castigo físico, do suplício é perpetuada. O sistema de justiça criminal não responde aos apelos. Por isso, situações como essa ocorrem com tanta frequência. É um equívoco do cidadão querer tomar para si o monopólio da força, que é um aparato exclusivo do Estado”. . Desde 2000, Naldson é membro do Núcleo Interinstitucional de Estudo da Violência e Cidadania, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e cita que em quase duas décadas não constatou mudanças no sistema de segurança pública no país. “Eu diria que a questão da violência piorou de modo geral e vem aumentando de dez anos para cá. Contudo, as políticas deixam a desejar e contemplam as demandas por segurança e justiça. O Estado não tem se mostrado capaz de apresentar alternativas. As políticas são as mesmas. O modelo operacional das polícias é o mesmo dos anos 60, com uma polícia reativa”. Para ele, ao longo de mais de 15 anos de estudos, não se constatou mudanças no sistema de segurança pública no país. "Eu diria que a questão da violência pioru de modo geral e vem aumentando de dez anos para cá. Contudo, as políticas deixam a desejar e contemplam as demandas por segurança e justiça. “O Estado não tem se mostrado capaz de apresentar alternativas que reduzam e que não fiquem apenas na polícia reativa”. Ele defende que a população direcione aos aparelhos estatais cobranças mais severas. “Para que respondessem mais adequadamente, ao invés de bater e o correto seria pressionar os legisladores e tomar medidas cabíveis no sentido de evitar que a impunidade esteja sempre presente”, finaliza.
Veja abaixo o vídeo. Atenção! Imagens fortes
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