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Sábado, 04 de maio de 2024

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Médicos residentes protestam no centro de Cuiabá e pedem valorização e condições de trabalho

Foto: André Garcia Santana/ Olhar Direto

Médicos residentes protestam no centro de Cuiabá e pedem valorização e condições de trabalho
Reunidos na manhã de hoje, 24, cerca de 100 membros do corpo de médicos residentes e dos Postos de Saúde da Família, reivindicaram na Praça Alencastro, em Cuiabá, reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Eles denunciaram a precariedade no Sistema Único de Saúde (SUS), deficiências na formação e a falta de médicos preceptores, especialistas responsáveis por orientar as atividades dos formandos.

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O ponto alto da mobilização aconteceu quando os manifestantes se uniram ao protesto dos servidores dos Correios e dos técnicos e docentes da Universidade Federal de Mato Grosso, que se concentravam na Praça da República. Juntos, eles subiram a Avenida Getúlio Vargas, e retornaram para frente da Prefeitura, onde expuseram suas pautas.

De acordo com a médica Sheila Campos, líder dos residentes, uma das principais expectativas da movimentação é mostrar a população a importância da categoria. “Precisamos que as pessoas saibam o quanto é importante que o Governo Federal melhore as condições dos cursos. para que esse profissional atenda com qualidade à comunidade.”

Ela, que atua no Hospital Geral de Cuiabá (HGU), relata a falta de incentivo aos preceptores, que não recebem a mais para desempenhar a função. Em Cuiabá, onde atuam 200 residentes, o déficit atinge todas as unidades hospitalares. “Onde trabalho, há apenas 10 preceptores, e isso é muito pouco. Pertenço à área cirúrgica e o ideal seria contar com um profissional para cada tipo de operação”, contou.

A presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), Eliana Siqueira, esteve presente na manifestação. Ela reforçou o apoio do Sindicato e criticou a abertura de novas vagas para os cursos, sem os investimentos necessários na infraestrutura das universidades e hospitais.

“Como é possível formar bons profissionais sem uma base adequada? Não há concursos, não há estímulo aos preceptores, não há sequer espaço para realizar os atendimentos como devem ser feitos. Em muitos casos, vemos consultórios com três alunos e um especialista. Aí eles precisam sair e atender nos corredores ou onde der”, afirma.

O movimento, deliberado pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), contou com o apoio do
Sindimed-MT, e  fez parte de uma paralização da categoria que ocorreu em todo Brasil.

Dentre as principais exigências da classe, se destacaram também a fiscalização imediata de todos os programas de residência do país para garantir a qualidade destes, antes da abertura de novas vagas; revisão completa do texto do decreto que garante a permanência do padrão ouro de formação de especialistas; levantamento dos cortes orçamentários e suspensão destes em todos os serviços (hospitais, unidades básicas de saúde, etc.); plano de carreira e de valorização para os preceptores.

Mais médicos

Além das condições de trabalho, a presidente do Sindimed – MT, também ressaltou a necessidade de valorização profissional. Em crítica ao programa Mais Médicos, do Governo Federal, ela comparou o valor das bolsas dos médicos estrangeiros com o valor pago aos residentes.  “Enquanto os bolsistas do programa trabalham 32 horas e recebem R$ 10 mil, mais auxilio moradia, nossos residentes tem carga horária de 60 horas, recebendo apenas R$ 2900 mil, sem auxílio moradia.”

Para ela, o projeto possui cunho eleitoreiro e apresenta soluções em curto prazo para o atendimento a famílias do interior.

“Estes profissionais acabam atendendo apenas demandas familiares, e por períodos muito curtos, de um ou dois anos. O que precisamos é de médicos especialistas, bem formados, recebam condições de permanecer nessas localidades, desenvolvendo um trabalho mais complexo. A demanda do profissional do interior é muito maior, já que eles não dispõem de tantos especialistas e precisam resolver todo tipo de problema”. 
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