O empresário de uma empresa de monitoramento em Mato Grosso, Rodrigo Araújo, foi preso pela Polícia Federal após oferecer propina ao secretário estadual de Justiça Eugênio Ricas. O dinheiro seria referente a um contrato da empresa com o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases). O acusado foi detido dentro de um restaurante de um shopping de Vitória (ES). A negociação entre os dois foi gravada pelo secretário, que declarou voz de prisão ao homem após ele tentar compra-lo.

Leia mais:
Servidor público é preso em Prefeitura após cobrar propina para liberar documento
 
Segundo as informações, o empresário procurou o secretário na última terça-feira (06), propondo uma porcentagem de dinheiro caso a pasta intervisse em um contrato que havia sido fechado com o Iases, avaliado em mais de R$ 1,5 milhão. “Ele queria que a Sejus aumentasse em até 25% o contrato, que é a porcentagem permitida pela lei. Com esse aditivo, ele pagaria 9% para o subsecretário e para mim, 1,5% para um servidor do Iases e ficaria com 1,5%. Se nós aceitássemos, ele lucraria parte da propina e pagaria parte para nós”, declarou o secretário à TV Gazeta, de Vitória (ES).
 
Após saber do ocorrido, o secretário procurou a Polícia Federal e comunicou o caso. Os policiais decidiram montar uma operação para prender o homem em flagrante. Como ele relatou ter contratos com outros estados, uma equipe da polícia estava de prontidão para que tudo fosse gravado. Hoje, ele me ligou marcando um encontro em um restaurante do shopping. Durante a conversa ele apresentou a empresa, fez propaganda do produto dele e foi bem direto, oferecendo as porcentagens”, relatou o secretário.
 
Assim que a propina foi oferecida por Rodrigo, o secretário deu a voz de prisão. O acusado foi levado até a sede da Polícia Federal, em São Torquato, em Vila Velha. “Ele falou de forma muito clara o que pretendia. Quando dei voz de prisão, ele ficou muito chocado, assustado. Acredito que ele não esperava isso, deve estar acostumado a lidar com essas situações irregulares”, destacou Ricas.
 
Por conta do caso, o contrato, que havia sido renovado esta semana, vai passar por uma auditoria. Segundo o secretário, ele pode ser desfeito. “A lei anticorrupção vai ser aplicada neste caso, a empresa pode sofrer sanções e o contrato pode ser desfeito”, concluiu. Oferecer propina a funcionário público é crime. Quem cometê-lo pode ser punido com pena de reclusão de 2 a 12 anos, além de multa.

Confira o flagrante:

Vídeo mostra empresário oferecendo propina ao... por GazetaOnline