04 Nov 2015 - 10:57
G1
Na Olimpíada de 2016, ele prevê que ocorrerá o mesmo. Porém, isso se deve graças aos investimentos localizados nos setores diretamente envolvidos nos grandes eventos – Para os Jogos do Rio, a própria EF afirma ter oferecido treinamento a cerca de um milhão de pessoas.
"Uma coisa que observo, olhando em nível global, é que aquilo que obtém maior impacto no nível de educação e proficiência de inglês é a política de ensino", explicou ele. "O pessoal que os estrangeiros vão encontrar vão estar preparados. Aí eles voltam para casa e vai ser a mesma coisa. Foi a mesma coisa que aconteceu na Rússia, em Sochi", disse, lembrando dos Jogos Olímpicos de Inverno.
Alguns exemplos destacados pelo diretor da EF são a Polônia, a Malásia, Hong Kong e a China.
Exemplos positivos e negativos
O país do leste europeu segue entre os dez com maior índice de proficiência. "A Polônia tem uma história interessante. Em 1999, eles decidiram que não queriam ficar atrás no mundo que estava se globalizando, então decidiram que o currículo seria ensinado em inglês nas escolas. Isso você vê no ranking desse ano, uma posição muito alta para um país que sofreu muito."
Segundo ele, Hong Kong, que teve colonização dos ingleses, e onde o inglês é uma das línguas oficiais, é um exemplo do outro lado da mo
eda: em 2013, o país chegou a ocupar a 22ª colocação, mas, no ano seguinte, despencou para a 31ª, e neste ano está na 33ª posição. "Hong Kong tinha uma política de ensino que enfatizava o inglês, mas começaram a achar que o mandarim era o mais importante, e você viu o impacto que isso teve na fluência de inglês do país", disse ele.
Ohmaye lembra, porém, que o caso do Brasil é mais complexo. "Quando países como Singapura, mesmo a Polônia, definem uma política de ensino, é muito mais fácil implementar com 5 milhões de habitantes do que com 200 milhões", explica.
"A China também passou a deenfatizar o inglês no ensino, aí você começa a ver o impacto que isso tem", lembra Ohmaye. É o caso da Malásia, também, apontou ele. "A Malásia em 2002 decidiu que ciência e matemática seriam ensinadas em inglês. Em 2012, decidiram relaxar as regras, disseram que pode ensinar em malaio. Vai ser interessante ver o impacto que isso vai ter na Malásia."
O fato de o Brasil ter ultrapassado a China é um bom sinal para o diretor, mas ele lembra que, embora na Polônia seja mais simples implementar políticas do que no Brasil, na China, que tem 1,3 bilhão de habitantes, há muito mais dificuldade, mas o governo consegue resultados surpreendentes. Ohmaye lembra que, para um americano aprender chinês, são necessárias cerca de 4 mil horas de aulas. Já o contato entre o português e o inglês é muito mais próximo e, por isso, seria mais fácil para o Brasil ensinar a língua aos habitantes.
Tecnologia e educação
O especialista afirma que algumas políticas se mostram certeiras no ensino do inglês, e que a tecnologia entra como parte fundamental para garantir a equidade e a qualidade do ensino.
Os usos das tecnologias de informação e comunicação (TICs), se aplicadas adequadamente, podem, para Ohmaye, proporcionar aos estudantes com menos recursos experiências como as do intercâmbio, para facilitar a imersão e o acesso à cultura. Outra ferramenta imprescindível é o uso das tecnologias para capacitar mais professores.
Para melhor avaliar a infra-estrutura das TICs, neste ano, pela primeira vez, o índice leva em conta também outros fatores estruturais dos países participantes, incluindo a taxa de penetração da internet na população local (no Brasil, ela é de 51,6%), a média de anos escolares, que aqui é de 7,2 anos de ensino regular, e os gastos com educação (14,6% do total, segundo o levantamento).
Ohmaye afirma, também que o espírito de inovação tecnológica, embora não tenha impacto direto no aprendizado do inglês, também pode incentivar mais o ensino da língua. Ele cita a correlação entre o índice de inovação global da Universidade Cornell e o EPI 2015: "As principais posições se repetem. Não dá para dizer que um provoca o outro, mas há uma correlação", disse ele.