A secretária de Saúde municipal de Rondonópolis (214 km de Cuiabá), Marildes Ferreira, contesta a informação divulgada na última sexta-feira (27), pela Secretaria de Estado de Saúde, de que 46 casos de microcefalia foram registrados na cidade. De acordo com a gestora da pasta, houve uma “informação equivocada do Estado”. Até agora, há suspeita de apenas 13 casos, mas nada de forma oficial.

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“Nós viemos esclarecer as informações equivocadas que foram divulgadas pela Secretaria de Saúde do Estado. Eles falaram que foram 46 casos em Rondonópolis e nós não temos nenhuma indicação oficial disto. Todos os casos precisam ser notificados, para depois ser identificado isto”, explicou a secretária em entrevista ao Olhar Direto. Marildes esteve nesta manhã na AMM (Associação Mato-grossense dos Municipios) para explicar o caso.
 
Até o momento, o município tem apenas suspeitas: “Para que a gente tenha este número de forma correta e este dado oficial, o médico precisa mandar a notificação para nós, o que não aconteceu. O que temos até o momento são 13 pessoas suspeitas de ter microcefalia. Porém, isto foi nos passado posteriormente, informalmente e ainda está sendo feita a análise”, comentou a secretaria.
 
Na próxima terça-feira (1), uma equipe da Secretaria de Estado de Saúde seguirá para Rondonópolis, onde contatará in loco o número real dos casos no município. Um Plano de Ação Emergencial de Controle ao mosquito Aëdes aegypti será colocado em prática para combater o inseto.
 
O caso
 
Segundo os números divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado, Rondonópolis lidera a lista de casos de microcefalia em Mato Grosso. Só em Rondonópolis, seriam 46 casos. Os municípios de Pedra Preta, Alto Araguaia, Alto Garças e São do José do povo, com apenas um registro cada, também integram a lista.
 
A doença vem preocupando o Poder Público, já que pode ser causada pelo vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aëdes aegypti, que demonstra alta incidência estadual. “O que podemos fazer de imediato é um plano de ação, levantando dados e trabalhando com prevenção, para isso a participação da sociedade é importantíssima. Também contamos com investimentos em ciência e tecnologia que para que possamos combater a doença”, disse o secretário responsável pela Pasta, Eduardo Bermudez
 
Recomendações
 
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, até que se esclareçam as causas do aumento da incidência de microcefalia, as mulheres que pretendem engravidar devem conversar com a equipe de saúde de sua confiança. Não há uma recomendação do Ministério da Saúde para evitar a gravidez, mas nessa consulta, devem ser avaliadas as informações e os riscos para a tomada da decisão.
 
Ainda assim, o Ministério reforça a importância do acompanhamento pré-natal e aconselha que não haja consumo de bebidas ou qualquer tipo de drogas durante o período de gravidez. Além disso, é importante que as mulheres nestas condições evitem contato com pessoas com febre, exantemas, ou infecções e que tome medidas para se para se proteger dos mosquitos, mantendo portas e janelas fechadas, usando roubas compridas e utilizando repelentes apropriados.

Nota 

Por meio de nota à imprensa, a Secretaria de Saúde ratificou a informação divulgada na semana passada. Confira a íntegra: "A Secretaria de Estado de Saúde reafirma a existência dos 54 casos de microcefalia na região Sul do estado, confirmados por meio de análise direta nos prontuários dos pacientes onde foi constatado que o perímetro cefálico era menor que 33 centímetros. A análise foi realizada pela equipe da Vigilância Epidemiológica do Escritório Regional de Rondonópolis. Dos 54 casos, oito também tiveram confirmação via exames. Também fora colhido material biológico para ser encaminhado ao Laboratório Evandro Chagas a fim de confirmar a relação da microcefalia com o Zika Vírus. Os casos serão notificados, pelo município de Rondonópolis,  ao Ministério da Saúde via sistema específico. Uma equipe da SES irá para Rondonópolis nesta terça-feira para, em parceria com a equipe do município, dar continuidade as investigações".