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Domingo, 12 de maio de 2024

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Delegado afirma que cadeias de MT estão fazendo batizado do comando vermelho: “Foi o que herdamos”

Foto: Reprodução/Ilustração

Delegado afirma que cadeias de MT estão fazendo batizado do comando vermelho: “Foi o que herdamos”
“Todas as cadeias de Mato Grosso estão fazendo batizado do Comando Vermelho”. A forte revelação do delegado geral da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, Adriano Peralta, foi para explicar o que a falta de recursos e investimentos causaram de prejuízos à Segurança Pública do Estado. Durante a Comissão de Segurança Pública e Cidadania, realizada neste mês, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Peralta desabafou: “Esta foi a segurança pública que nós herdamos”. Porém, entre todas as dificuldades destacadas, ele fez questão de ressaltar o trabalho desempenhado durante todo o ano.


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Peralta afirmou que a situação ainda é complicada no Estado, apesar dos bons números conquistados pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp). As cadeias são uns dos principais problemas: “O Comando Vermelho está presente em todas as unidades prisionais do estado. Todas as cadeias de Mato Grosso estão fazendo batizado do comando vermelho. Se tivéssemos dinheiro investido lá atrás, esta situação não estaria desta maneira.”
 
“Segurança pública se resolve facilmente, sem mágica. Só precisa de três coisas: bons homens, bons projetos e dinheiro. Se faltar alguma destas coisas, faltou absolutamente tudo. Você pode ter os melhores homens do mundo, projeto, mas se não tiver dinheiro, acabou. Este foi o grande problema, o desmantelamento do estado levou junto esta pasta”, explicou o delegado durante a reunião.
 
Para exemplificar a falta de recursos da Polícia Judiciária Civil (PJC), o delegado citou a falta de um dos principais instrumentos de trabalho: “A PJC esteve este ano, lá no início, sem nenhuma munição em estoque. Chegamos ao ponto de lá em Rondonópolis ter tido uma troca de tiros, os policiais saírem de lá para vir até Cuiabá fazer a reposição e nós não tivemos como repor a munição deste pessoal. Chegaram até o sindicato, fizeram a denúncia e nada pudemos fazer, assumimos com o caixa zerado. Só não foi pior porque a nossa coirmã, a Polícia Militar, nos emprestou. Esta foi a segurança pública que nós herdamos”.
 
“Ano passado, a nossa instituição recebeu pouco mais de R$ 1 milhão para investimentos. Este ano, nós já vamos passar de R$ 20 milhões, quase 20 vezes mais. Se o estado tivesse investido isso no ano passado, não teríamos chegado até aqui. Segurança pública é igual medicina, se você não trata de um tumor, ele se agrava”, comentou Adriano Peralta.
 
Delegacias caindo na cabeça
 
“Hoje, uma das cidades que mais me envergonha de visitar, como chefe da Polícia Civil, é a cidade de Rondonópolis. Pela sua importância no estado, sua grandeza, só tem uma unidade que é o Cisc construído. Passaram-se anos e ninguém fez mais nada. Estamos funcionando lá em unidades locadas, é vergonhoso. Só não é mais vergonhoso que Poconé. O município tem 234 anos, a nossa instituição tem 173 e lá não tem uma delegacia até hoje. A que tem é locada e está caindo na cabeça”, desabafou.
 
Além disto, a falta de efetivo também foi lembrada pelo delegado durante a reunião: “O problema é administrar a miséria, aquilo que falta. Em 1990, a PJC tinha 400 delegados. Hoje, temos em torno de 243. Destes, sete aposentadorias estão agendadas. Devemos ter mais 15 ou 20 nos próximos dias. Ontem eu tive que falar não para um dos melhores amigos meus, que é o Rogers, presidente do Detran. O governador determinou que a segurança e a polícia atendessem o órgão, mas eu não tinha de onde tirar. Temos duas forças-tarefa funcionando, não havia de onde levar os policiais”.
 
Números
 
Apesar da falta de efetivo, Peralta destaca o trabalho feito até agora: “Até outubro, a regional de Cuiabá concluiu 44.9% a mais de inquéritos. No estado, a única cidade que não cumpriu a meta foi Primavera do Leste. Em todo Mato Grosso, aumentamos 27,4% de inquéritos concluídos (31.063). O que entrou, foi o que saiu. Mesmo com as dificuldades, conseguimos fazer um bom trabalho”. Ele também acrescentou que 344 homicídios e latrocínios foram concluídos em Cuiabá dentro de um prazo de 100 dias, durante a operação ‘Sicários’.
 
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