Olhar Direto

Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Política BR

Racha interno ameaça PMDB

A presidente em exercício do PMDB, deputada Iris Araújo (GO), e demais dirigentes nacionais do partido aguardam pedido formal da bancada do Senado para protocolar representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa pedindo abertura de processo por quebra de decoro contra o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB. A cúpula considera impossível resistir à pressão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para propor a representação, mas quer deixar claro tratar-se de iniciativa dos senadores - e não uma questão partidária.


A crise em torno de Sarney causa cada vez mais desconforto na cúpula e na bancada do PMDB na Câmara. O desgaste atinge a todos os políticos da legenda. Na opinião pública, o conjunto do partido é identificado com Sarney e com o líder da sigla no Senado, Renan Calheiros (AL) - alvo de denúncias e processo disciplinar (no qual foi absolvido em plenário) em 2007, situação que levou à sua renúncia ao cargo de presidente do Senado.

A onda de denúncias contra Sarney pode trazer, na avaliação de pemedebistas, consequências eleitorais negativas. A guerra institucional entre partidos pode afetar alianças. A cúpula preferiria se manter distante da crise, mas está sendo pressionada a pedir abertura contra Virgílio. E as representações por quebra de decoro contra parlamentares precisam ser assinadas pelas direções partidárias. O PSDB representou contra Sarney.

Outro problema é o racha interno, afetando o trabalho das lideranças nacionais para unir o partido em 2010. A unidade fortaleceria ainda mais o PMDB como parceiro preferencial para qualquer candidatura presidencial - governista ou da oposição. A legenda só tomará a decisão no ano que vem, em convenção nacional. Para preparar lideranças e militantes, o PMDB realiza congressos regionais em 2009. "Um tumulto desse, no melhor momento do partido, não é bom", reconhece o líder na Câmara, Henrique Alves (RN).

O bate-boca ocorrido ontem em plenário entre os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Renan Calheiros ilustra a divisão. Simon e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) defendem o afastamento de Sarney do cargo como forma de pôr fim à crise. Apesar da importância de Sarney para o PMDB, a insatisfação com o clima conflagrado do Senado não se limita aos dois. Para a cúpula, o afastamento de Sarney do cargo poderia facilitar uma solução negociada no Senado. Mas a decisão é dele.

Para tentar manter a união partidária - ou, mais que isso, mostrar à base do partido que está trabalhando por ela -, a Executiva Nacional mandou recado indireto a Simon e Jarbas e a outros dissidentes: os insatisfeitos podem deixar o partido sem preocupação, porque a Executiva não irá reivindicar na Justiça os mandatos. O recado foi dado em carta dirigida à revista "Veja", como resposta a reportagem atacando o partido. A nota, assinada por Iris Araújo, presidente em exercício, e pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), presidente licenciado, procura resgatar a história do PMDB. A intenção era tentar dissociar o partido da crise.

"O objetivo foi dar as razões pelas quais o PMDB ao longo do tempo tem apoiado vários governos. O Plano Real só foi possível com o apoio do PMDB. Hoje o governo Lula faz um projeto de distribuição de renda que é dos maiores conhecidos. É com o apoio do PMDB".
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet