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Domingo, 05 de maio de 2024

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Sarney se diz confiante e Renan e Collor revezam-se em sua defesa

Sentado ao lado do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), comandou ontem a primeira sessão na volta do recesso parlamentar por cerca de 1h15min e não ouviu um discurso pedindo sua renúncia ou seu afastamento. Ao sair do plenário, o pemedebista respondeu a jornalistas que estava com o " espírito muito bom " , que " nunca deixou de estar confiante " e repetiu duas vezes que " não existe " a pressão de seu filho Fernando Sarney para que renuncie ao cargo.


A aparente tranquilidade durou poucos minutos e o plenário do Senado, sem Sarney, transformou-se em palco de discussões. Pedro Simon (PMDB-RS) trocou acusações e insinuações com Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, e com Collor.

Os aliados de Sarney estavam preparados para defendê-lo e negar com veemência os rumores de que ele iria renunciar. A estratégia dos aliados traduziu-se em uma ordem: partir para o ataque e impedir que os pedidos pela saída do pemedebista ganhassem força. Renan Calheiros, Wellington Salgado (PMDB-MG), Gim Argello (PTB-DF) e Fernando Collor (PTB-AL), da " tropa de choque " de Sarney, falavam a todo momento nos corredores do Senado que Sarney está disposto a continuar no cargo. " Não existe e nunca existiu a possibilidade de ele deixar a presidência " , reiterava Renan.

Quando Simon subiu à tribuna e pediu pela renúncia, tornou-se alvo da ira de Renan e de Collor. O dissidente no PMDB provocou Renan por recomendar que Sarney permaneça no cargo, apesar de ele ter renunciado à presidência do Senado em 2007, acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista. Renan disse lamentar que há 35 anos seu " esporte preferido é falar mal de Sarney " . " Quando o PMDB indicou o Sarney para ser vice-presidente de Tancredo Neves, desde aquele momento o senhor fala mal do Sarney, porque queria ser exatamente o candidato a vice-Presidente do PMDB " , declarou Renan, referindo-se à chapa que levou Sarney à Presidência, em 1985.

Foi o estopim de uma discussão. Simon negou, disse por diversas vezes que Renan estava mentindo. Pouco depois, criticou as relações políticas de Renan com ex-presidentes: apoiou Collor, foi líder de seu governo, mas o abandonou no processo de impeachment; foi ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso e hoje é um dos principais articuladores da base de Luiz Inácio Lula da Silva.

Renan vociferou e foi seguido por Collor. Os ex-inimigos políticos usaram o mesmo tom de discurso para defender Sarney e atacar Simon. Renan lembrou da atuação do pemedebista no governo de Sarney, como ministro da Agricultura, insinuou irregularidades em sua gestão, na importação de carnes. Collor, que subiu à tribuna no começo da sessão para fazer um discurso sobre a terceira encíclica, do papa Bento XVI, exigiu que o pemedebista " engolisse e digerisse " os comentários que havia feito sobre ele.

" São palavras que não aceito sobre mim e minhas relações políticas. São palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como achar conveniente. As minhas relações com Renan Calheiros são relações conhecidas, são relações das quais em nenhum momento eu me arrependi. Estivemos distantes em alguns momentos, estivemos juntos em outros momentos " , disse Collor.

Os pemedebistas tentam evitar que Sarney se desgaste ainda mais. Buscarão garantir o apoio do PT e partirão para o ataque ao PSDB. Nesta semana protocolarão uma representação no Conselho de Ética contra Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB. Ontem a noite estava prevista uma reunião dos líderes do partido com a liderança do PT e com o ministro da Coordenação Política, José Múcio Monteiro.

Lula evitou um constrangimento: estava prevista uma viagem ao Maranhão na quinta-feira, para visitar obras da usina de Estreito e inaugurar escolas técnicas, mas cancelou a viagem. No mesmo dia terá um encontro com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.
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