O motorista Jamil José da Silva, responsável pelo atropelamento do motoboy Maisson Aurélio Rondon, 28 anos, foi ouvido pela Polícia Civil na manhã desta sexta-feira, 29, e responderá em liberdade por homicídio culposo. Ao contrário do que populares informaram, foi constatado que ele, que digiria um bitrem, não omitiu socorro, e que contou com auxílio de outro caminhoneiro para sair do local porque foi ameaçado pelas testemunhas. Imagens de câmeras de segurança de um estabelecimento próximo ao local apontam que o piloto da moto tentava uma ultrapassagem no momento do acidente.
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O delegado responsável pelo caso, Alexandre Vicente, informou que gravações, provenientes de outros pontos comerciais na região, ainda serão solicitadas, o que poderá comprovar a verdadeira causa do acidente. já que os primeiros relatos davam conta de que o motoqueiro estava parado na Rua Daliberto Ferreria da Costa. “Ainda não podemos concluir, mas as primeiras imagens analisadas indicam que houve a tentativa de uma ultrapassagem.”
Na Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito, em depoimento, Jamil disse que não percebeu quando atingiu o rapaz e seguiu ainda alguns metros pela Avenida Ciríaco Cândia, até ser avisado por um condutor que passava pelo local sobre a situação. Ele teria então saído de seu veículo e retornado à esquina da avenida com a Rua Daliberto Ferreira da Costa, ponto da ocorrência, para aguardar a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
De acordo com o motorista, devido à proximidade com o escritório onde Maisson trabalhava, e ao bairro de seu familiares, o Santa Isabel, em poucos instantes a região ficou lotada de pessoas, que o xingaram e o ameaçaram. Por esse motivo, ao ver outro caminhoneiro, um colega de empresa, passando pela avenida, pediu auxílio e entrou no veículo.
A tentativa foi impedida por uma das testemunhas, que conseguiu dirigir até este segundo caminhão e cercá-lo, “jogando” seu carro na frente do veículo pesado, e causando uma colisão leve. A Polícia Militar foi acionada e conduziu o suspeito pelo atropelamento, em segurança, até uma viatura.
Segundo a prima da vítima, Yayana Ferreira da Mata, a intenção das pessoas não era agredir o motorista, e sim evitar que ele deixasse o lugar e ficasse impune. “Ele estava bastante agressivo, desceu do outro caminhão querendo agredir meu pai, que foi quem o fechou e evitou a fuga. Não queremos que mais uma situação como essa seja ignorada, por isso pedimos justiça.”
Maisson era funcionário de uma empresa de contabilidade e estava trabalhando no momento do acidente. Ele era empregado no mesmo lugar há oito anos, e, segundo seu chefe, Jeferson Rodrigues, nunca havia se envolvido em nenhum acidente. “Trabalhamos juntos desde 2008, e nesse período todo, nunca tivemos problemas com isso, ele era muito cuidadoso, nunca foi de correr”.
O motoboy era casado e deixa dois filhos pequenos. Em sua página no Facebook, Mariluce Rondon, mãe da vítima, disse ter perdido a razão de sua vida. “Perdi hoje a razão da minha vida o meu tudo o meu filho, não consigo suportar tanta dor, amor da minha vida volta pra mim.” Consternados, vários amigos da família se solidarizaram com a situação, manifestando pesar em mensagens publicadas na rede. “Deus vai te dar força e confortar seu coração, ele deixou uma parte dele pra te confortar seus netos Nossa Senhora vai te proteger neste momento e te amparar”, dizia uma delas.
