Olhar Direto

Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Cidades

Acusado de tortura e cárcere

Filho de sócio de shopping estaria armado durante encontro familiar, relata irmã; suspeito faz tratamento

Foto: Reprodução

Filho de sócio de shopping estaria armado durante encontro familiar, relata irmã; suspeito faz tratamento
A irmã da jovem M.C.M.S., 23 anos, relatou -  em entrevista exclusiva ao Olhar Direto - que Hélio Pereira Cardoso Neto, de 37 anos, acusado de agredir e manter a esposa em cárcere privado por quase dois anos, estaria armado durante o encontro entre a vítima e sua familiar, identificada como M.M.. O rapaz, que é filho de um dos sócios de um shopping instalado no bairro Jardim das Américas, está com mandado de prisão preventiva em aberto e continua foragido. A defesa do acusado informou que ele está passando por tratamento psicológico e psiquiátrico.


Leia mais:
Promotora cita suspeita de omissão e machismo explícito em caso de tortura envolvendo filho de sócio de shopping
 
A irmã da jovem contou à reportagem que teve de esperar quase três horas para conseguir falar com a irmã: “Quando eu fui vê-la, os empregados abriram a porta e disseram que ela não estava lá. Foi então que disse que iria aguardar, pois o pai dela estaria doente. Esperei cerca de três horas, de repente, ele abriu a porta e se assustou quando me viu. Enquanto ele fechava, eu gritei que precisava falar com minha irmã. Sou evangélica, tive uma revelação em um sonho de que ela estava sofrendo. Foi por isso que eu resolvi ir até Cuiabá para ver como ela estava”.
 
“Ela estava muito assustada, peguei no rosto dela, falei: ‘M. sou eu sua irmã’. Ela começou a chorar copiosamente. Enquanto eu falava dos problemas do nosso pai, o Hélio se irritou e disse que era tudo mentira nossa, que nós odiávamos ela. Por volta das 18h ela me ligou dizendo que não queria que eu a visitasse ou falasse sobre a nossa família. Eu pensei comigo, ela nunca foi assim, é um doce”, acrescentou a irmã.
 
Depois disto, M.M. foi até a delegacia e resolveu denunciar o caso: “Quando eles terminaram a primeira vez, ela relatou que ele dava remédios de tarja preta para ela. No momento em que entrei na casa e a vi daquele jeito, o primeiro pensamento foi de que ela estava dopada. Por isso, eu disse no meu relatório que ela estava aparentemente dopada”.
 
“Quando a minha irmã entrou no prédio, ela começou a chorar e contar sobre as torturas e privações da liberdade. Contou ainda que fazia o máximo possível para não deixar o Hélio nervoso, pois quando isso acontecia ele socava a cabeça dela e puxava o cabelo. Um dia, ela relatou que foi tão forte o puxão que chegou a sair uma mexa do cabelo. Sobre os remédios, perguntamos para ela se ele a estaria dopando. Porém, ela afirmou que desde que reataram o relacionamento, ele não estava dando remédio para ela”.
 
A irmã então perguntou o porquê daquele tipo de reação e a vítima explicou que: “No dia que nos vimos. Minha irmã explicou que ele a controlava totalmente. Ela tentava, de alguma forma, dizer que ele estava armado, que poderia fazer alguma coisa comigo ou com ela. Por isso ela disse que tinha de fazer tudo que ele mandava, para que ele não fizesse nada de mal conosco”.
 
Liberdade
 
M.M. também relatou à reportagem que sua irmã está redescobrindo o mundo novamente e que há tempos não via outras pessoas: “A M. está sofrendo com a situação, mas está bem, na medida do possível. Ela olhava ao redor da cidade e se sentia maravilhada, dizendo que há tempos não via as pessoas. Minha irmã está redescobrindo o mundo novamente. Ela parece uma criança em um parque, coisas comuns como usar o Whatsapp, Facebook, ir à igreja, isso tudo é muito novo para ela. Vendo a reação ao fazer isto, é gratificante”.
 
Por fim, a irmã da jovem só pede que seja feita a justiça: “Eles dizem que a M. não era mantida em cárcere privado. Porém, ele acontece desde o momento em que a liberdade de uma pessoa é tirada. Foi tirado dela o poder de ir e vir, comprar uma roupa, ir ao banheiro sozinha, ligar a televisão, ir à piscina. Ele tirou a liberdade da M., isso é cárcere. Quero justiça
 
Outro lado
 
O Olhar Direto entrou em contato com o advogado de Hélio, Anderson Nunes de Figueiredo, que explicou que: “ainda hoje fará as cargas do processo. Protocolei pedido de fotocópia do inquérito policial na Delegacia da Mulher. O que eu tenho pra te dizer de novo, é que no dia 19 (terça-feira) estive acompanhando a M., junto com o pai e a madrasta na residência do casal”.
 
“Fomos até lá de forma voluntária, sem ordem judicial e ela retirou quatro malas de roupas, vários sapatos, joias, bijuterias, violão, cachorro de estimação do casal, quadros, perfumes, cremes e ainda fizemos uma prévia de uma partilha de um valor que o casal tinha em comum, que era referente a algumas gramas de ouro que eles tinham. Houve quase que uma separação de bens”, explica o advogado.
 
Por fim, o advogado ainda revelou que Hélio, que continua foragido, está passando por tratamento psiquiátrico e psicológico. A defesa ainda alega que, no momento certo, o seu cliente será apresentado à justiça.
 
O caso
 
O filho de um dos sócios de um shopping situado no bairro Jardim das Américas, Hélio Pereira Cardoso Neto, de 37 anos, é acusado de agredir e manter a esposa em cárcere privado por quase dois anos. Segundo a denúncia, a qual o Olhar Direto teve acesso com exclusividade, ele é suspeito de torturar física e psicologicamente a vítima, identificada como M.C.M.S., 23 anos.
 
Segundo o relato, ela era agredida com socos na cabeça, só podia fazer necessidades fisiológicas na presença do marido e quando saia, tinha de manter a cabeça baixa. Hélio, que tem mandado de prisão preventiva decretado pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, está foragido.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet