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Domingo, 05 de maio de 2024

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Sem repasses do Governo, paciente com rins transplantados pode sofrer rejeição e voltar a hemodiálise

Foto: Reprodução

Há oito meses sem benefício, Enio tem usado dinheiro próprio.

Há oito meses sem benefício, Enio tem usado dinheiro próprio.

Sob o risco de voltar à hemodiálise depois de uma cirurgia de transplante renal, realizada em outubro, o encarregado de obras Enio Marques, tem custeado com dinheiro próprio a manutenção do procedimento, que deveria ser pago pelo Estado. Como o tratamento é ininterrupto e as viagens mensais à Brasília – DF, não tem sido pagas, Enio tem protocolado os valores junto ao Tratamento Fora de Domicílio (TFD), que deveria reembolsá-lo pelos gastos, que, segundo ele, já chegam à R$ 5800, 00.


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Sem estrutura para a realização de transplantes de órgãos, Mato Grosso encaminha pacientes a outros Estados com uma diária de R$ 49,00 dividida com um acompanhante. Desempregado por conta da doença, Enio explica que o montante é insuficiente para as despesas no local, e que a cada viagem são gastos cerca de R$ 1000, 00. “Esse dinheiro não paga nem o preço do táxi para o hotel, mas mesmo assim é indispensável para nos mantermos”, diz.

Por falta de recursos, ele conta que este mês não poderá comparecer à consulta e que já foi alertado pela médica que o acompanha sobre a possibilidade de rejeição do órgão, se o tratamento não for seguido regularmente. Sem receber o benefício há mais de oito meses, quando ainda fazia o tratamento pré-transplante ele conta que seus recursos já se esgotaram e que já está endividado por conta da situação. Ele afirma ainda que há vários pacientes no TFD passando pela mesma situação.

“Tenho falado com a gerente do setor e ela diz que não tem a verba para poder nosa pagar, por isso estão agilizando apenas a parte administrativa. Preciso ir todo mês lá e agora estou correndo o risco de perder o transplante e voltar pra hemodiálise, que fiz por dois anos antes da cirurgia. A defensoria mandou que fizessem o repasse, mas isso já tem 60 dias e até agora não temos nenhuma resposta. Além disso, não fazem nada por escrito, só por boca”, conta o encarregado.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), os repasses não foram feitos porque houve um atraso no pagamento das diárias em virtude da reformulação do fluxo dos processos. Em nota, a Pasta informa que, para isso, todos os processos pendentes foram revisados e estão sendo tramitados para que o pagamento seja efetuado. Foi ressaltado ainda que a área técnica está trabalhando para normalizar os pagamentos o mais breve possível.
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