Sem nomes considerados “estrelas de primeira grandeza” e buscando valorizar os emergentes para o surgimento de novos líderes, o Diretório do Partido Progressista em Cuiabá crê ter montado uma chapa em condições de eleger até quatro vereadores, nas eleições de outubro. “Em meio aos escândalos envolvendo a política no Brasil, há quem diga que o país não tem mais salvação. Tem, sim! E, para isso, é essencial renovar”, definiu o presidente municipal do PP, Pestanil Amaral.
 
Discípulo do deputado Ezequiel Fonseca, presidente da Executiva Regional do PP, Amaral disse que recebeu carta branca da Executiva Regional. E, assim, articulou as filiações com calculadora em mãos, para montar a chapa: nenhum dos pretendentes, em tese, possui potencial para mais que 2,5 mil votos. Por isso, alguns dos atuais vereadores tiveram o pedido de filiação vetado pelo colegiado dos pré-candidatos progressistas.

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Em princípio, o PP trabalha o ex-deputado Joaquim Sucena Rasga como pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá. Joaquim Sucena é médico ortopedista e foi deputado federal constituinte (1987-1991), quatro vezes deputado estadual e secretário de Estado de Saúde. Ele já foi candidato a prefeito de Cuiabá em 1996, quando perdeu para o prefeito Roberto França.
 
Sobre a chapa proporcional, o presidente do PP não tem dúvida quanto ao equilíbrio. “Aqui formamos um grupo em que todos têm praticamente as mesmas condições. E nenhum está envolvido em casos de corrupção ou conduta que desabone a busca por uma vaga na Câmara Municipal”, explicou o dirigente, para a reportagem do Olhar Direto.
 
Nesse contexto, tirando proveito das crises econômica e política, o PP deseja apresentar seus candidatos à Câmara de Cuiabá como autênticas novidades. E parece ter escolhido o melhor cenário para apresentar novas “caras” ao eleitorado cuiabano. Nomes que surgem prometendo tentar mudar o rumo do Poder Legislativo Municipal.
 
E muitos nem sabem ao certo porque decidiram entrar no mundo da política. Contudo, o PP deseja voltar a ser uma das siglas que mais cresce em Mato Grosso e no país, como ocorreu há menos de 10 anos.
 
Poucos neoprogresistas têm experiência com o ‘ronco das urnas’. Dos mais de 30 pré-candidatos a uma cadeira no Palácio Pascoal Moreira Cabral, apenas um está no exercício do mandato: o vereador Paulo Araújo  (PP), egresso do PSD. Em 2012,  Paulo Araújo se candidatou como "Paulo da Saúde". Tem o  advogado Demilson Nogueira, que já foi prefeito de Ponte Branca (Vale do Araguaia).
 
Também já exerceram mandato os ex-vereadores Luiz Poção e Arnaldo Penha, como efetivos. Já suplentes que assumiram são Aldo Luiz Daltro,  Walter Arruda e Nicolau da Farmácia. Nesse contexto, aliás, Poção foi quem mais teve poder: chegou à Primeira Secretaria da Câmara, ou seja, quem assina cheques junto com o presidente. Já Arnaldo Penha foi vice-presidente da Mesa Diretora (2011-12) e, como tal, dirigiu a maioria das sessões.
  
“Pensei muito e fiz a escolha. Do convite até a decisão final, recebi sondagens e propostas de outros partidos, mas creio que o melhor caminho é o PP. Tomei a decisão e penso ser a melhor para o momento”, explicou o administrador de empresas e empresário Cacá Ribeiro, que se preparar para a sua primeira eleição.
 
Sobre o fato de muitos marinheiros de primeira viagem começarem a se envolver com política nesta fase de crise por todos os lados, Pestanil Amaral defende que este é o momento ideal para que novos nomes e novos líderes surjam a favor da população. “Não podemos apenas protestar e dizer que está tudo errado. Não podemos ser apenas uma estatística, então temos que nos envolver, discutir, debater e colocar em prática nossas ideias e ideais”, completou Amaral, ao lembrar que, para muitos, seria muito mais confortável seguir a carreira profissional ou empresarial, ao invés de contribuir com o processo de transformação. “Temos gente disposta a fazer a boa política e não apenas se aproveitar dela”, justificou o presidente do PP de Cuiabá.