Descrito como tranqüilo pelas vítimas, o acusado Ronan Júnior Domingos da Silva, responsável pela tentativa de assalto que fechou a Avenida do CPA na manhã desta segunda-feira (31), foi reconhecido como um dos ex-contratados indicados pela empresa. Para cometer o crime, que teve como alvo a SG Consultoria e RH, ele entrou no local como se fosse entregar um currículo. Após anunciar o assalto ele fez 10 pessoas, na maioria mulheres, como reféns, mantendo-as em cárcere por cerca de 30 minutos.
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A funcionária Elisângela Carvalho, que teve arma apontada para a cabeça durante as negociações com a Polícia, conta que criminoso já sabia onde os materiais de valor estavam, e que, depois de roubar itens pessoais, como jóias, o foco eram notebooks e computadores. “Como trabalhamos com consultoria, prestamos gratuitamente este serviço de cadastrar e encaminhar pessoas à empresas que estejam contratando servidores. Este foi o caso dele, que anteriormente havia nos procurado, sendo encaminhado para um empregador.”
De acordo com Elisângela, o nervosismo deu lugar à racionalidade, já que, ao perceber a chegada da Polícia Ronan a tomou como escudo, ameaçando sua vida com a arma. Aos reféns ele também teria afirmado que sabia onde os materiais de valor estavam e que uma ex-funcionária da empresa teria lhe repassado as informações.
“Quando vi que minha chefe estava mais nervosa, precisei manter a calma. Percebi que ele era inexperiente e acabei argumentando também, pedindo que ele mantivesse a calma, não agredisse ninguém e se entregasse, porque ele não conseguiria mais ter êxito se continuasse. Cheguei afirmar que mesmo sendo preso hoje, ele seria solto amanhã, já que há sempre uma brecha na lei e é isso que sempre acontece. Não houve agressão mas o pior de tudo é a tortura de passar por isso.”
Acionada por funcionários de um estabelecimento na frente da SG, a Polícia Militar (PM), contou com o apoio dos policiais da Ronda Ostensiva Metropolitana (Rotam) que negociou a libertação dos reféns, e efetuou a prisão em flagrante do homem. O Sargento Elizeu Nascimento explica que através do diálogo, de aproximadamente 10 minutos, foi possível convencê-lo a se entregar sem agressões ou prejuízos maiores.
“É uma situação delicadíssima, porque até então tínhamos a suspeita de acontecia um assalto, mas não sabíamos exatamente o que acontecia lá dentro, então consideramos o efeito surpresa. Tivemos que gerenciar, transmitindo pra ele a certeza que estávamos ali pra preservar a vida dele, assim como a vida das vítimas. Embora seja uma situação tensa, temos que estar preparados para atuar com tranqüilidade e transmitir isso para os envolvidos, por isso conseguimos resolver da melhor maneira”, diz.
Segundo a PM, o assaltante chegou ao local usando uma motocicleta Fan, placas DNF 8149. Além de cinco computadores portáteis e aparelhos celulares recuperados, a arma usada na ação, um revólver com seis munições, foi apreendido pela PM. O ladrão foi encaminhado para a Central de Flagrantes para ser autuado. As vítimas também foram levadas para unidade policial onde prestam depoimento ao delegado plantonista.
