As chamadas parcerias público privadas (PPPs) são investimentos em que o governo de Mato Grosso recebe a obra primeiro e só paga depois. E foi justamente durante a resposta sobre as PPPs que o governador José Pedro Taques (PSDB) aproveitou para desabafar e acusar o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) de mentir para a população e usar crianças para ocupar escolas estaduais.
 
“PPP é privatização? É mentira do sindicato! O cidadão deseja as mudanças e PPP não é nada do que eles [o Sintep] dizem. Mentira grossa do sindicato! Pega a nota do Sintep: estão politizando a discussão”, afirmou Taques, em tom de desabafo em entrevista a emissora de rádio na capital.
 
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“Tenho o direito e o dever de discutir com os pais dos alunos se desejam isso [escolas com PPPs]. Não posso discutir isso?”, ponderou, em tom de questionamento. “Invadiram escolas em Várzea Grande contando mentiras! No Rio Grande do Sul, existem 166 escolas invadidas; em São Paulo, têm 100 escolas invadidas; e, em Goiás, são umas 40 escolas ocupadas, por conta de mentiras”, criticou o chefe do Poder Executivo de Mato Grosso. 

“PPP é privatização? É mentira! Não cobraremos mensalidade dos alunos. Não privatizaremos a escola”, proclamou ele. O governador citou que Mato Grosso possui 756 escolas, sendo 11 em prédios alugados. Serão construídas 70 em regime de PPPs – menos de 10% do total.
 
“Aí querem discutir PPPs com aqueles desvios ideológicos e vêm dizendo que é privatização. Professores e diretores são profissionais competentes para  executar o projeto  pedagógico e não para cuidar de descarga ou de torneira quebrada”, avaliou ele. “Contam mentiras para os pais de alunos, dizendo que vamos cobrar mensalidade. E, pior: ficam usando crianças para mentir!”, continuou ele, sem esconder certa irritação.
 
Pedro Taques recordou que sua mãe foi professora e sempre estudou em escola pública, em Mato Grosso. “Estudei no Colégio Lenine de Campos Póvoas, Liceu Cuiabano, Escola Técnica [atual CFTMT]. Quero uma escola pública de qualidade”, recordou ele, ponderando que sofre com irresponsabilidades de gestões passadas.
 
“Se eles [do Sintep] querem que a presidente Dilma [Rousseff, afastada desde o mês passado] volte, é um problema deles. Mas que não façam isso utilizando a educação pública de Mato Grosso”, disparou o governador, em novo desabafo.