O clima de terror imposto por líderes de facções criminosas na Grande Cuiabá e Primavera do Leste, nas últimas 48 horas, demonstrou uma situação nunca vivia em Mato Grosso. Por mais que haja negativa das autoridades, o "Salve Geral" decretado de dentro das penitenciárias provocou forte ambiente de insegurança e colocou o Estado em destaque na chamada grande imprensa, inclusive com divulgação destacada no
Jornal Nacional (Globo) da noite deste sábado (10), principal noticiário televisivo do país, além de sites noticiosos, como G1 e UOL, entre outros.
Os presidiários exigiam a volta das visitas, já que estavam suspensas por conta da greve dos agentes penitenciários mato-grossenses. O governo não trata o tema como derrota, mas cedeu às exigências dos presos e as visitas foram retomadas, neste domingo (12), quando se comemora o Dia dos Namorados, no Brasil.
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Em alguns bairros da periferia, os estabelecimentos comerciais fecharam as portas antes das 19 horas. E os veículos de comunicação deram destaque ao fato de as ordens terem partido de dentro dos presídios, que já produziram disparos contra casas de agentes penitenciários, ameaças a policiais e incêndio de três ônibus, além de carros e motos, até o momento.
A notícia saiu nos principais telejornais de Mato Grosso e alguns de nível nacional, sustentando como manchetes, durante boa parte do sábado e domingo. E, mais uma vez, Mato Grosso é destaque nacional com notícia negativa.
O salve geral com incêndio de ônibus na Capital começou no início da noite desta sexta-feira (10). Gravações de telefonemas e mensagens interceptadas pela inteligência da polícia comprovam que as ordens simultâneas e coordenadas saíram de celulares de presos do Centro de Custódia da Capital (Carumbé) e Penitenciária Central Pascoal Ramos, em Cuiabá. Há suspeitas de que existência de ordens até da Penitenciária de Mata Grande, em Rondonópolis, mas que só serão comprovadas ou não ao final das investigações da Polícia Civil.
O próprio Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), que reúne os profissionais do sistema prisional, confirmou que a ordem de instalar o terror partiu de trás das grades e é uma represália dos presos à suspensão de visitas. Os agentes penitenciários aderiram à greve geral dos servidores públicos, deflagrada há duas semanas.
Na noite deste sábado (11), bares e restaurantes, além de comércios em geral, como farmácias e lojas, fecharam bem mais cedo em diversas regiões de Cuiabá e Várzea Grande.
Durante as últimas 48 horas, alguns dos líderes de facções continuaram a mandar ordens para que os seus ‘soldados’, fora das grades, nas ruas, queimassem tudo e disparassem contra todos os policias civis e militares, agentes prisionais e até bombeiros, que avistassem.
Mesmo com a liberação das visitas, o clima continua tenso, em especial nos bairros distantes da área central de Cuiabá e Várzea Grande. O secretário de Estado de Segurança Pública, delegado Rogers Jarbas, pediu que a população não acredite nas mensagens apócrifas, enviadas pelas redes socais, com ameaças contra a população. “Por favor, acreditem nas forças de segurança de Mato Grosso. Não acreditem nesse tipo de ameaça! Estamos com reforço no sistema de segurança em áreas consideradas de risco”, pontuou Rogers Jarbas.
