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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Governo do ao, ao

Percival diz que secretários de Taques têm medo de decidir e critica falta de respaldo do governador

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Percival Muniz critica excesso de burocracia

Percival Muniz critica excesso de burocracia

O prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS), criticou o engessamento do governo estadual e atribuiu o fato ao medo que os secretários e detentores de cargos têm de romper as barreiras da burocracia estatal para executar ações. Na avaliação do prefeito, falta um suporte por parte do governador Pedro Taques (PSDB), que não dá esse respaldo ao seu staff – ao contrário, ele ameaça os subordinados caso saiam da linha.


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“Pedro tem um estilo próprio. Ele não é político, veio do Ministério Público, montou um governo com estrelas da iniciativa privada. Tem boa vontade, não tem má fé. Mas ele não pode falar para os secretários: ‘se você atropelar a burocracia e der problema, o problema é seu’. Ele tem que ser parceiro, dar apoio para a equipe. Ele fala que vai ter o maior prazer de prender um secretário, então eles ficam com medo”, avaliou.

Segundo Percival, esse temor que permeia a administração pública faz com que o Estado tenha uma estrutura de “governo do ao, ao”, ou seja, um governo em que um empurra a responsabilidade de decisão para o outro. “Para que o gestor vai decidir se isso significa correr riscos? Então ele decide ao: ao departamento, ao setor, ao engenheiro, e por aí vai. Ao, ao. A estrutura do governo é do ao, ao”, disparou.

Para Percival, governar é correr riscos, e o principal risco que um governante deve correr é desafiar a burocracia que emperra as ações de governo. “O governo que cumprir a burocracia de ponta a ponta está travado. Hoje ou você tem coragem de correr riscos ou não se propõe a ser governo”, afirmou.

"Secretários topetudos"

Percival, que foi um dos principais aliados nas duas eleições de Taques, ao Senado em 2010 e ao governo em 2014, criticou ainda a arrogância de secretários originários da iniciativa privada, que não entendem de gestão pública e não têm humildade de admitir isso, de modo que acabam cometendo erros.

Atualmente, dois filiados do partido de Percival compõem o staff, ambos no segundo escalão: o professor e militante histórico do PPS Antonio Carlos Máximo, na Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemat), e o pecuarista Eduardo Moura, na Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager). Este último chegou a compor o primeiro escalão do governo, no comando do Gabinete de Desenvolvimento Regional, e deve ser exonerado em breve para assumir a Ager.

“Um governador que não conhece bem a máquina pública e monta uma equipe com gente nova, com topete, que se acha o rei da cocada preta, e acaba falhando quando se depara com o dia a dia da administração pública. Pedro escolheu os maiores expoentes da sociedade mato-grossense e da iniciativa privada do Estado para compor a equipe dele. Mas não é isso que define o sucesso de um governo. O governo que teve os melhores técnicos foi o de Hitler”, disparou o prefeito.

Para Percival, nomear deputados no alto escalão do governo também não é a solução do problema. “Deputado em cargo tem a visão míope dos votos deles. Um deputado tem 30 mil votos e vai fazer gestão pensando naqueles votos. A não ser que ele seja muito tala larga, ele vai pensar no seu eleitorado e isso restringe a administração dele. Não é colocando político que se resolve o problema, é encarando”, disse. “Eu acredito que esse é um governo que vai dar certo. Está demorando, mas com boa intenção vai superar os obstáculos”, concluiu. 
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