Após a repercussão das acusações de tortura e cárcere privado, feita contra um trio de pastores da igreja Sal Terra, a Polícia Civil por meio da Delegacia Especializada em Defesa da Criança e Adolescente (Deddica) busca por maiores evidências que comprovem a participação dos religiosos no suposto crime, cometido contra uma adolescente de 17 anos. Até o momento apenas ela e sua mãe foram ouvidas pela equipe da Delegacia Especializada da Criança e Adolescente (Dedica), que busca agora por testemunhas e uma segunda vítima mencionada pela garota. Os suspeitos serão ouvidos por último, no final da próxima semana.
Em nota oficial, a assessoria jurídica do “Ministério O Pescador Sal da Terra” alega que os acusados não estavam em Cuiabá no dia do crime, e que o evento teve transmissão ao vivo pelo Youtube. De acordo com o documento, a denúncia é mentirosa e foi feita por uma menor que sofre de desequilíbrio emocional. O ministério evangélico ainda afirma que a adolescente supostamente agredida está envolvida em um episódio de agressão a outro pastor de Primavera Leste .
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Olhar Direto, o delegado responsável pelo caso, Eduardo Botelho, nenhum dos três supostos agressores foi indiciado até o momento, uma vez que a situação ainda não foi comprovada. “Eles são suspeitos porque foram citados como autores do crime pela suposta vítima, mas ainda não há nada que os incrimine. Nenhuma culpa foi imputada aos pastores até agora.” Um dos pastores citados pela menor é jornalista da TV Centro América, afiliada da rede Globo no Estado.
A menor e sua mãe trouxeram as denúncias à tona depois de terem sido supostamente ameaçadas pelo trio. Ao programa Cadeia Neles, a mulher contou que o jornalista é um dos responsáveis pelas ações que envolvem cartas e ligações feitas com o intuito de amedrontá-las. Ele ainda estaria perseguindo as duas, passando em frente à residência onde moram e seguindo-as durante um passeio no shopping.
A garota, que alega ver demônios, contou que no sábado (9), foi levada de casa desacordada por conta de produtos químicos e com os olhos vendados, submetida à tortura e ameaças psicológicas. Ela alega ter levado diversos tapas e socos no rosto, além que ouvia outra pessoa pedindo por socorro, no local do crime. Na situação ela e algumas amigas teriam sido ameaçadas de morte.
Por conta do sumiço, a mãe chegou a registrar o desaparecimento da filha. "Acredito que seja uma seita satânica que tem como alvo os nossos adolescentes", relatou ao longo da reportagem.
De acordo com Botelho, o inquérito já foi instaurado, mas a sequência na apuração depende dos relatos das próximas testemunhas. Depoimentos por meio de cartas precatórias também serão prestados na cidade de Primavera do Leste (240 km Cuiabá), onde teria acontecido o primeiro caso de agressão à jovem.
No documento divulgado pela igreja, é mencionado ainda que nem familiares da garota acreditam em sua versão. “A mãe da menor, inclusive, através de mensagens que serão disponibilizadas à autoridade policial já teria se desculpado pela conduta da filha com o pastor e sua família”, diz trecho da nota. A forma como o assunto foi divulgado pelo programa Cadeia Neles (TV Record - canal 10), também foi repudiada pelo corpo jurídico, uma vez apenas o lado da suposta vítima teria sido explorado, deixando que a igreja fosse comparada a uma “seita satânica”.
Confira a íntegra da nota:
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(1).jpg "Polícia procura por testemunhas de tortura durante suposto ritual satânico; pastores negam e falam de desequilíbrio de garota")
