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Domingo, 05 de maio de 2024

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Sem prazo pra conclusão

Corregedoria da polícia coloca em sigilo apuração sobre abusos a 2 jovens que caçavam Pokémons

Foto: Reprodução

Corregedoria da polícia coloca em sigilo apuração sobre abusos a 2 jovens que caçavam Pokémons
A fim de resguardar os envolvidos, o inquérito instaurado na Corregedoria da Polícia Civil, para apurar irregularidades na abordagem de policiais a estudantes que “caçavam” Pokémon foi colocado em sigilo. As conclusões do procedimento, segundo a assessoria dão Polícia Civil só serão divulgadas no final da investigação, que não tem prazo estimado para terminar. O delegado corregedor Geraldo Magela, responsável pela condução do processo adiantou que houve no mínimo “transgressão disciplinar” na ação.


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Os jovens, O.Q.N e I.C.P, ambos de 19 anos, foram agredidos física e verbalmente em frente à sede da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), na madrugada do dia 9, e prestaram depoimento ao corregedor ainda na mesma semana. Além das declarações dadas pelas vítimas, Magela conta com a listagem de servidores de plantão na data do fato, para que também sejam ouvidos ao longo da apuração. Devido ao sigilo do processo, não foi informado se os policiais já foram identificados ou ouvidos.
 
Recentemente ele afirmou ao Olhar Direto que a medida poderá evoluir para um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), cuja penalidade máxima prevista é a exoneração do cargo público. “Vamos apurar com respeito aos policiais e as vítimas, mas com firmeza. No mínimo, será aberta uma sindicância já que está claro que houve transgressão disciplinar”, disse.
 
A abordagem abusiva foi registrada em vídeo e replicada por meio de aplicativos celulares. As imagens mostram que a dupla é obrigada a deitar no chão e sofre uma série de  humilhações. Nas cenas, que evidenciam o preconceito com a aparência de um dos rapazes e homofobia, um policial de chinelo grita palavras de baixo calão e pergunta se os estudantes “querem morrer.” 
 
Os pais de um dos jovens agredidos denunciaram o caso à imprensa  e ponderaram quanto ao direito de ir e vir de qualquer cidadão, que deve ser respeitado. A mãe de um dos rapazes, Imar Queiroz, classificou a situação com inadmissível e questionou a ação dos policiais em outras partes da cidade, com pessoas que não tem condições de reclamar seus direitos. Ela é professora na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e integra o Núcleo Interinstitucional de Estudos da Violência e da Cidadania (Nievici). 
 
“Não se trata de uma revolta seletiva da classe média, de uma indignação só porque é com meu filho. Não importa quem seja. Eles não poderiam agir assim, com crueldade, brutalidade. Mesmo se fosse um bandido, as pessoas tem direitos que asseguram a sua integridade, a dignidade humana. Eram dois jovens que não representavam perigo nenhum, o policial podia ter tido uma conversa de outra natureza, no entanto optaram por jogá-los no chão e colocá-los nessa posição vulnerável.”
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