O autônomo Lázaro Figueiredo dos Santos, pai do menino Rhayron Christian, que morreu após ingerir um achocolatado envenenado, poderá responder criminalmente por receptação, caso fique comprovado que ele tinha consciência de que a bebida havia sido furtada. Ele vende espetinhos com a esposa, Dani Perpétua da Silva e confessou ser usuário de crack, alegando ainda ter adquirido o alimento, no valor de R$10,00, por estarem passando necessidade.
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O produto, “batizado” por Adônis José Negri, 61, foi roubado de sua residência, no Parque Cuiabá, por Deuel Soares, 27 anos, e comprado por Lázaro, que ofereceu a bebida ao filho.Além da criança, que morreu duas horas após a ingestão do achocolatado da marca Itambé, um amigo da família identificado como Alan José, de 31 anos, também consumiu a bebida e segue internado no Pronto Socorro Municipal.
“Caso fique comprovado no inquérito policial que o pai sabia da origem ilícita do produto, ele responderá por receptação. Ele ainda não foi indiciado porque o inquérito não foi concluído. O inquérito foi instaurado a menos de uma semana”, explicou o delegado responsável pelo caso, Eduardo Botelho.
Até o momento o delegado indiciou Adônis pelos crimes de homicídio culposo qualificado por emprego de veneno, e tentativa de homicídio qualificado. “Ele alega que o veneno foi usado para matar ratos que estavam em sua residência, e nega que o objetivo era ceifar a vida de Deuel, mas ratos não abrem geladeira para pegar as coisas.”
As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), mostrou que Deuel de Rezende Soares, 27 anos, usuário de drogas e que constantemente subtraía produtos alimentícios de casas e estabelecimentos comerciais da região do bairro Parque Cuiabá, realizou o furto de 05 caixas de bebidas achocolatadas de duas marcas na residência de Adônis.
“Revoltado com os constantes arrombamentos à sua residência, Adônis arquitetou a vingança fazendo uso de uma seringa para injetar o veneno nas bebidas, para deixar como uma espécie de isca para Deuel. Ocorre que ele não fez uso do produto, mas vendeu o produto ao pai do menino envenenado, pelo valor de R$ 10”, explica o delegado.
O usuário é acusado pelo idoso de ter invadido e roubado sua casa dezenas vezes, no entanto, confessou apenas dois furtos. Com mais de 10 passagens por crimes contra o patrimônio, ele responderá por furto qualificado. Os dois acusados foram conduzidos na tarde de quinta-feira (1) ao Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), onde ficarão à disposição do Judiciário.
