O prefeito eleito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), não demonstrou muita preocupação com a representação que a assessoria jurídica de Wilson Santos (PSDB) anunciou que fará na tentativa de anular a eleição. “O direito de espernear é legítimo, que esperneie, a justiça eleitoral está ai para isso, não temos nenhuma preocupação, sabemos da lisura e da retidão da nossa campanha”, rebateu o peemedebista.
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De acordo com Emanuel, sua campanha se pautou pelo limites da lei, por sua própria exigência e orientação. “A nossa candidatura e a nossa campanha era e foi escrava da legislação eleitoral. Não temos nenhuma preocupação com isso e o direito de espernear é um direito sagrado”, completou.
O advogado José Antônio Rosa, assessor jurídico da Coligação Dante de Oliveira anunciou que irá pedir a anulação da eleição em Cuiabá sob a justificativa de que o resultado da eleição acabou comprometido por uma declaração dada no último sábado (29) pelo advogado Nestor Fidelis, assessor jurídico de Emanuel Pinheiro (PMDB), que teria dito que Wilson Santos (PSDB) teria seus votos anulados em razão de uma ação proposta contra o tucano.
“É evidente que nós vamos pedir anulação da eleição por fraude. Fraudou a vontade do eleitor, você sabe que o eleitor fala: ‘olha, não vou perder meu voto, vou votar em quem vai ganhar’, você sabe disso. Então nós vamos encaminhar isso para a Justiça Eleitoral”, afirmou José Rosa.
A declaração de Nestor Fidelis teria acontecido durante uma coletiva de imprensa na qual a coligação do PMDB denunciava a candidatura tucana por compra de votos. “O Nestor fez a abertura, ele veio explicar o que era compra de votos, ai no meio da conversa ele [Emanuel Pinheiro] diz para ele: ‘fala mais disso aqui’, a impressão que eu tenho desse fala mais disso ai é que eles tinham combinado”, conta José Rosa.
“Ele disse, ‘você está mudando o assunto, fala do assunto que nós falamos pra você falar’, ai ele volta no assunto e diz o seguinte, ‘olha, esse negócio é muito grave, eu não poderia deixar de explicar isso aqui para a população porque esse negócio aqui vai zerar os votos do Wilson Santos’, eu não lembro as palavras exatas, vai zerar os votos do Wilson, vai cancelar os votos do Wilson e se você votar no Wilson, vai perder o seu voto”, completa o advogado.
A ação que a coligação de Wilson irá propor será fundamentada em vídeos da coletiva que acabaram sendo usados nas redes sociais e espalhados pelo whatsapp e em trechos de reportagens publicadas sobre a coletiva de imprensa.
Já o advogado de Emanuel afirmou que os adversários é que descumpriam a ei eleitoral. “Se a minha declaração comprometeu a lisura do pleito, o que não dizer de tudo o que eles fizeram no segundo turno? Então realmente a gente respeita o doutor José Rosa, pra mim é um professor de direito eleitoral, mas vamos continuar defendendo o Emanuel Pinheiro porque não tem nada de irregular”.
De acordo com Fidelis, ele não falou mentiras ou induziu o eleitor ao erro em sua fala. “A gente pediu a cassação do registro de candidatura, a consequência disso, é importante que o eleitor saiba, a consequência da cassação de registro é não ter mais registro e com isso os votos são anulados, são zerados. É claro, eu disse ontem, que haverá oportunidade de defesa, que isso vai passar pelo julgamento ainda, mas as provas apresentadas pelo Ministério Público são provas robustas, o MP entrou com essa ação com base em um trabalho feito pela Polícia Federal no qual três agentes da Polícia Federal se infiltraram numa ação de compra de votos de eleitores e deram dinheiro para os policiais federais como se eles fossem eleitores que estariam sendo comprados”.
