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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Secretário-geral da ONU diz que eleição sem Suu Kyi será duvidosa

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, afirmou estar "decepcionado" com o veredicto da Junta Militar de Mianmar (ex-Birmânia) que condenou a Nobel da Paz de 1991 e líder da oposição pró-democracia em Mianmar (a antiga Birmânia), Aung San Suu Kyi, 64, a 18 meses de prisão domiciliar.


Suu Kyi, que passou quase 14 dos últimos 20 anos presa, foi condenada nesta terça-feira a três anos de prisão e trabalhos forçados por ter violado sua prisão domiciliar anterior, que era de 2003. Na sequência, a pena foi reduzida para 18 meses de prisão domiciliar para manter a "paz e a estabilidade", conforme sentença lida pelo ministro do Interior, general Maung Oo.

"O secretário-geral lamenta firmemente esta decisão e pede ao governo para liberar de maneira imediata e incondicional Aung San Suu Kyi e a se sentar na mesa com ela sem demora, como parte essencial do processo de reconciliação e diálogo nacional", afirmou Marie Okabe, porta-voz da ONU.

Conforme a porta-voz, Ban afirmou que, sem a participação de Suu Kyi e de outros presos políticos em eleições livres e justas, o processo que a Junta Militar considera uma transição para a democracia "ficará em dúvida". Mais cedo, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, também havia afirmado, em nota, que a Junta Militar deveria "pôr um fim imediato à repressão contra tantos daquele país e iniciar um diálogo com oposição e os grupos étnicos". "Do contrário, as eleições marcadas para ano que vem não terão nenhuma legitimidade."

Mianmar é governada por militares desde 1962. A Junta Militar chegou ao poder em 1988, após reprimir manifestações pró-democracia em ações que deixaram cerca de 3.000 mortos. Em setembro de 2007, a ditadura voltou a esmagar protestos pró-democracia e a matar pelo menos 16 --segundo organizações de defesa dos direitos humanos, foram 31.

Nas últimas eleições ocorridas em Mianmar, as legislativas de 1990, Suu Kyi e seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), foram vencedores. Na ocasião, Suu Kyi recebeu 82% dos votos. Entretanto, o regime militar nunca reconheceu a sua derrota. Com a condenação desta terça-feira, Suu Kyi fica impedida de participar das eleições que a Junta Militar promete realizar em 2010.

No anúncio da sentença, nesta terça-feira, o ministro do Interior do país, general Maung Oo, disse que a pena de Suu Kyi foi reduzida com o objetivo de manter a "paz e a estabilidade" e por ela ser filha do general San. Usando um tradicional vestido birmanês de cor rosa e cinza, Suu Kyi, que permaneceu por todo o tempo com um semblante sério, segundo diplomatas presentes na sala, se despediu do tribunal com um "obrigada pelo veredicto".

Crime

Suu Kyi foi presa no último dia 14 de maio, ao lado de duas empregadas, após ter recebido, por dois dias, a visita do americano John William Yettaw, 53, que chegou à casa cruzando a nado o lago Inye, em Yangun, apesar dos policiais que guardavam a prisão domiciliar. No seu julgamento, Yettaw disse que teve uma visão de que a ativista ia ser assassinada e que nadou até a casa para adverti-la sobre o perigo.

Nesta terça-feira, a opositora foi condenada a três anos de prisão com trabalhos forçados por ter violado sua prisão domiciliar --a pena acabou reduzida a 18 meses de prisão domiciliar-- e o americano condenado a sete anos de prisão e trabalhos forçados.

Yettaw sofre de epilepsia e outros problemas de saúde e, durante o processo, foi internado várias vezes para receber tratamento para diabetes e insuficiência cardíaca.

Mãe e filha que trabalham para Suu Kyi receberam a mesma pena da opositora, ou seja, 18 meses de prisão domiciliar.
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