Após uma atuação de oposição ao Governo do Estado na Assembleia Legislativa, o prefeito eleito de Cuiabá, deputado Emanuel Pinheiro (PMDB), afirmou que torce para o governador Pedro Taques (PSDB) superar o mais rápido possível a crise institucional causada pelo esquema de corrupção na Secretaria de Estado de Educação investigado na Operação Rêmora. Para ele, o Mato Grosso pode ser o maio perdedor se a repercussão dos crimes atingirem um status de uma “Lava Jato Pantaneira”.
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“Faço votos que ele supere tudo pelo bem do Estado. Um possível agravamento dessa crise é ruim para o Estado. Tudo que Mato Grosso não precisa é uma Lava Jato Pantaneira”, ponderou Pinheiro, após a cerimônia de diplomação como Prefeito de Cuiabá, na noite de quinta-feira (15). Ele ainda explicou que isso poderia levar a uma paralisia de toda administração e atrapalhar o desenvolvimento do Estado.
Na própria quinta, o ex-secretário de Educação Permínio Pinto confessou, em audiência na 7ª Vara Criminal, que conhecia o esquema de desvio de dinheiro e de obras de construção e reforma e escolas públicas para propinas. De acordo com Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), o “sistema” era para repor dinheiro de empresários que teriam doado à campanha eleitoral do governador Pedro Taques de 2014.
Apesar de assumir ser “constrangedor” e “desagradável o envolvimento do nome de Pedro Taques no caso, Emanuel Pinheiro acredita que a reputação pessoal do governador, construída ao longo de anos, não pode ser destruída apenas por citações em depoimentos. Ele ainda criticou o a crucificação de pessoas públicas antes do devido processo legal.
“Eu quero ser coerente sobre o que sempre defendi até como advogado. Você não pode incriminar ou crucificar o governador porque citaram o nome dele. Se for assim, o Riva citou meu nome há pouco tempo atrás. Vai me incriminar também? Estou condenado. Virou isso no Brasil hoje”, afirmou, Pinheiro. “É constrangedor? É. Ninguém vai dizer que é bom e tampar o sol com a peneira. Mas eu faço votos que o governador supere isso. Não é uma coisa que vai derrubar uma reputação construída por uma vida. Que arranha a imagem, arranha. Já arranhou. Mas, o governador vai ter tempo para esclarecer tudo”, completou.
Até o momento, os depoimentos e as delações não apontam que o governador tinha conhecimento do caso. Pedro Taques já refutou veementemente qualquer envolvimento e afirmou apoiar as investigações e, caso comprovado crimes, a punição dos integrantes do esquema de corrupção. A Procuradoria Geral da República também negou abrir qualquer processo de investigação contra o tucano.
