A bebê de apenas três meses, que supostamente foi submetida a um ritual religioso e teve três agulhas introduzidas no corpo, continua com dois dos objetos na cabeça. Segundo o boletim médico divulgado pela Santa Casa de Rondonópolis (215 km de Cuiabá), onde a vítima está internada, havia risco de muito sangramento e de lesão cerebral. A criança já respira sem ajuda de aparelhos.

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Conforme o boletim, a vítima foi submetida a uma “craniotomia, devido apresentar corpo estranho intracerebral; maus tratos, sob guarda do conselho tutelar”. A segunda tentativa de retirar as agulhas aconteceu na sexta-feira (16), sem sucesso. Além de tentar retirar os objetos, os médicos ainda fizeram uma drenagem de hematoma intracraniano.
 
A tentativa de retirar as agulhas do crânio não foi bem sucedida por conta do risco de sangramento e lesão cerebral muito grande. A bebê segue “monitorizada, estável hemodinamicamente, respirando sem ajuda de aparelhos, recebendo dieta com boa sucção e aceitação e em observação rigorosa”.
 
O delegado de Jaciara, Marcelo de Melo Laet, ainda aguarda o laudo que determinará se o irmão da criança de apenas três meses, que teve introduzidas agulhas na região do tórax e cabeça, no último final de semana, na cidade de São Pedro da Cipa (148 km ao sul), também sofreu maus tratos.
 
“Estamos aguardando o laudo para saber se a outra criança também sofreu maus tratos. O que obtivemos de informação, de forma não oficial é que o outro não teria tido nada tão grave. Porém, é necessário o laudo para afirmar isto com toda a certeza. Vamos aguardar o processo legal”, argumenta o delegado.
 
O caso
 
A Polícia Civil de Jaciara foi acionada pelo Conselho Tutelar na noite de segunda-feira (12) sobre o fato que teria acontecido no domingo (11). Os conselheiros receberam denúncia da equipe médica do Hospital Municipal de Jaciara sobre suspeita de maus tratos contra A.L.J.S, 03 meses de idade.
 
O pai da menina foi preso na terça-feira (13), Wellinton de Jesus Costa, 28, é suspeito de aceitar receber o valor de R$ 250 para submeter a filha ao ritual que foi conduzido por Iraci Queiroz dos Santos, 42 anos, conhecida como “Baiana”, e que foi presa no mesmo dia, na cidade de São Pedro da Cipa.
 
Quatro mandados de prisão temporária foram expedidos pelo Judiciário na quarta-feira (14), após representação da autoridade policial, dois deles em desfavor de Welliton e Iraci. Foram presos também Débora Queiroz dos Santos e Ricardo César dos Santos, filha e genro de "Baiana", que teriam participado do ritual.
 
A mãe da vítima, a menor C.S.S, 17, foi apreendida na quinta-feira (15). Ela vai responder a ato infracional análogo a tentativa de homicídio. A adolescente foi encaminhada ao Complexo Pomeri, em Cuiabá.