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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

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Prefeitura determinou saída

Prevendo prejuízos, vendedores ambulantes deixam Centro Histórico em busca de novos lugares

Foto: Olhar Direto

Prevendo prejuízos, vendedores ambulantes deixam Centro Histórico em busca de novos lugares
Prejudicados pela mudança de local imposta pela ação judicial que determina sua saída do Centro, dezenas de vendedores ambulantes irregulares aproveitaram o período do Natal para minimizar o impacto na renda. Nesta terça-feira (27), eles montaram suas barracas pela última vez antes do prazo limite estabelecido para sua saída. A partir de amanhã, procurarão por novos lugares, partindo para feiras, para um dos camelódromos ou para outras calçadas, onde disputam espaço com o pedestre.


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É o caso do presidente do Sindicato dos Vendedores Ambulantes, Augusto Ferreira da Silva. Ele explica há mais de 600 vendedores cadastrados e que, no momento, o Centro Comercial Popular de Cuiabá oferece 58 vagas para os autônomos. O lugar já foi ocupado por eles em outra ocasião, mas, diante do baixo movimento, retornaram às calçadas das lojas, nas imediações das praças Ipiranga, Maria Taquara e Alencastro, em busca do maior movimento de pessoas.

Ali, enquanto negociavam por estreitos espaços, tomados por todos os tipos de mercadoria, fiscais da Prefeitura distribuíam as últimas notificações. “Amanhã ninguém vai ficar na rua. O povo que está comigo, que faz parte da associação vai tirar tudo, sem resistência, não queremos combate. Já estão avisados desde antes de Natal, negociamos pra ficar pelo menos nessa época porque já estávamos devendo, já tínhamos comprado mercadoria e Graças a Deus conseguimos ficar, vendemos bem.”

Aos 56 anos, Augusto conta que foi criado na rua e que sempre trabalho assim, tendo presenciado ao longo do tempo diversas ações parecidas. “Essas tipo de coisa sempre tem, mas é tudo pacífico. Melhor pra nós não é, mas vamos fazer o que, ir contra a polícia? Então amanhã, quem vier vai estar por conta própria, a gente não pode fazer nada.”

Agora sua expectativa é que as obras de revitalização da Orla do Porto tornem o centro comercial mais atrativo, pelo menos provisoriamente, enquanto batalham por condições melhores no antigo Mercado Municipal, localizado na Avenida Generoso Ponce. “Queremos esse mercado, vamos negociar com o prefeito novo porque lá cabe todo mundo, tem espaço pra uns 500 camelôs e é no Centro, o que é bom pra nós.”

Por fim, o ambulante diz não ser contrário a ação, uma vez que a região já está “congestionada” de vendedores. Fato atribuído também á chegada dos imigrantes haitianos, que, sem emprego, acabam optando pela venda de rua. “Eles tomaram conta da cidade, mas não sou contra porque todo mundo precisa trabalhar, comer, beber. Mas encheu demais, não tem nem como mexer. Desse jeito não pode ficar mesmo.

Sem a mesma empolgação, uma das comerciantes, que prefere não se identificar, também concorda que, embora não os contemple, a medida se faz necessária. “A gente já sabia que isso ia acontecer. Estava sem fiscalização por conta da campanha então nós viemos, mas uma a gente já sabia que ia acabar. Mas está certo, faz muita bagunça na rua e tem muita gente. Agora eu vou pras feiras mesmo.”

De acordo com a Prefeitura, a ação abrange também os comerciantes alocados nos calçadões e demais locais que compreendem a região do Centro Histórico como cumprindo uma determinação judicial da vara Especializada do Meio Ambiente a pedido do Ministério Público.

“Como já diz o próprio nome, o centro possui estruturas históricas antiguíssimas e algumas em estado de fragilidade que podem ficar comprometidas com o intenso fluxo que a presença dos ambulantes gera ali. Não podemos correr o risco de prejudicar esse aspecto tão crucial da cidade e por isso faremos o processo de notificação para alertar os vendedores, os orientando a se retirar da região antes de qualquer punição prévia ou apreensão de mercadoria. Cremos que, ao avisarmos os camelôs previamente, vamos evitar eventuais transtornos e constrangimentos desnecessários”, diz Eduardo Henrique de Souza, secretário municipal de Ordem Pública.
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