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Quinta-feira, 15 de agosto de 2024

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Assaltantes de banco em MT trocam "novo cangaço" por estilo de roubo denominado "vapor"

Foto: Gcom/MT

Delegado Flávio Stringueta falou sobre a alteração no modus operandi dos bandidos

Delegado Flávio Stringueta falou sobre a alteração no modus operandi dos bandidos

Desde abril de 2014 o Estado de Mato Grosso não registra nenhum roubo a banco, na modalidade conhecida por “Novo Cangaço”. Apesar disso, outra vertente do roubo a banco ganhou força no ano de 2016, foi o estilo denominado  “vapor”.


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A troca no modelo de operação dos bandidos é resultado das prisões de diversas lideranças de grupos que se autodenominavam “cangaceiros”, de acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública. Com a prisão destes líderes, os assaltantes tem preferido agir com mais cautela, sem fazer reféns nem enfrentar diretamente policiais, segundo informou a Sesp-MT.

Foram presos integrantes de grupos que agiram em 17 roubos a bancos, de um total de 21 praticados no Estado. Desse número, 19 foram classificados como "vapor". A denominação explica a ação rápida dos bandidos, que agem sem muito conflito, e demoram em média 5 minutos para consumarem o assalto.

Roubo de defensivos agrícolas

De acordo com o delegado Flávio Henrique Stringueta, titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), os bandidos também abandonaram o “novo cangaço” e migraram para o roubo de defensivos agrícolas. A ideia, segundo o delegado, seria a de evitar os riscos.

“Acreditamos que as quadrilhas migraram para os defensivos agrícola, devido ao custo-benefício da ação do roubo novo cangaço, que têm um investimento alto. Eles precisam alugar armas, ter mantimentos no mato e o risco de prisão e morte é muito maior, enquanto que nos defensivos a pena é de furto e o ganho na ação passa de milhões”, analisa o delegado.

Conforme a Sesp-MT, O último registro de Novo Cangaço foi o roubo a agência do Banco do Brasil do município de Nova Maringá (400 km a Médio-Norte), em 23 de abril de 2014, de onde levaram cerca de R$ 500 mil. O crime foi esclarecido e 10 bandidos foram identificados e presos em operação do GCCO.

Modalidade “Vapor”

Praticados por grupos pequenos de bandidos, que entram na agência se passando por clientes, às vezes usando uniformes e portando até armas de brinquedos, os bandidos do “vapor” agiram em 19 agências bancárias de Mato Grosso.

“São bandidos que agem no calor da situação e são dinâmicos na ação. Geralmente 2 a 3 entram no banco, rendem primeiramente os vigilantes e levam apenas o dinheiro dos caixas”, explica o delegado.

Foram 11 roubos praticados em Cuiabá, 1 em Várzea Grande, 2 em Sinop, 1 em Lucas do Rio Verde, 1 em Sorriso, 1 em Barra do Bugres, 1 Rondonópolis, 1 Pedra Preta. Também foi registrado um roubo na modalidade “Sapatinho” – quando os criminosos rendem a família do gerente do banco – na cidade de Novo São Joaquim (485,5 km a Leste). O crime foi esclarecido.

O roubo ocorrido na cidade de Novo Mundo, no dia 4 de novembro, à princípio, foi considerado “Novo Cangaço”, mas depois revelado que se tratava de um roubo tradicional, em emprego de bandidos da região. O assalto segue em investigação e caminha para esclarecimento.

Conforme dados do GCCO, em pelo menos 11 das ações registradas os bandidos também levaram a arma dos vigilantes. As investigações apontam que em algumas dessas situações os bandidos portavam armas de brinquedo, para passar pela porta giratória sem ser barrado.

“Numa das quadrilhas que derrubamos, eles usaram uniformes da CAB e da Prefeitura. Isso diminui a resistência do vigilante, que acaba liberando as portas. Tivemos casos que usaram arma de brinquedo, que naquele calor, o vigilante não distingue e aí ele é desarmado e passa o bandido a estar armado", explicou o delegado.

Caixas Eletrônicos

Os caixas eletrônicos se mantiveram estáveis no ano de 2016. Foram 23 ataques em terminais de autoatendimento, instalados em agências bancárias de municípios de Mato Grosso, contra 35 arrombamentos registrados em 2015.  

Assim como no ano passado, na maioria das ações os bandidos não tiveram êxito em levar o dinheiro, causando apenas prejuízo patrimonial ao estabelecimento bancário ou comércio. Foram 16 tentativas, sem sucesso, com uso de explosivos, maçarico ou disco de corte para metal ou aço.

"Devemos isso a inexperiência das quadrilhas. Outro ponto que consideramos é a diminuição dos caixas eletrônicos, que hoje estão centralizados em locais com mais segurança. Isso dificulta", destaca Flávio Stringueta.
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