Mais de 60% dos ônibus que atendem usuários do transporte público em Cuiabá estão acima da média de idade. De acordo com dados da própria Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec), 245 veículos possuem mais de 4,5 anos, que é a média prevista no contrato de concessão.
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Ao todo, a frota total na Capital é de 398 veículos. De acordo com o Superintendente de Regulação de Transporte da Arsec, Joedson Pinheiro, os ônibus das três empresas concessionárias teem, em média, 6,3 anos de idade. Outro número alarmante é o de ônibus que já ultrapassaram a vida útil: 29 veículos somam mais de 10 anos em circulação, o que significa admitir que estes coletivos já estão completamente sucateados.
No ano passado, as empresas foram obrigadas a adquirir 53 novos ônibus através de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com a Arsec. Com a aquisição, as empresas tiveram o pedido de aumento de tarifa atendido pela Prefeitura. Na época, a passagem foi reajustada para R$ 3,60.
Os veículos adquiridos, no entanto, representam apenas 13% do total. A tabela com a relação de ônibus comprados em 2016, mostra que apenas 60 veículos foram fabricados e comprados no ano passado,três a menos do que o previsto no acordo.
| F R O T A - JANEIRO 2017 |
| EMPRESA |
TOTAL |
QUANTIDADE |
ANO |
| INTEGRAÇÃO |
80 |
6 |
2010 |
| 40 |
2011 |
| 23 |
2013 |
| 11 |
2016 |
| |
|
|
|
|
|
| EXPRESSO NS |
110 |
2 |
2006 |
| 8 |
2007 |
| 31 |
2008 |
| 56 |
2010 |
| 13 |
2016 |
| |
|
|
|
|
|
| PANTANAL |
208 |
27 |
2006 |
| 50 |
2008 |
| 25 |
2011 |
| 70 |
2012 |
| 36 |
2016 |
Aumento da tarifa
O aumento do valor da passagem de ônibus em Cuiabá no ano passado só foi possível porque as empresas cumpriram com a determinação de adquirir novos veículos. Mas o contrato de concessão do serviço, datado de 2002, não prevê nenhuma alteração no valor nesse sentido, nem garante que o reajuste deve ser feito anualmente.
Mesmo assim, a tarifa do transporte público em Cuiabá tem passado por sucessivos reajustes. Atualmente são as empresas que fazem uma “provocação” solicitando o reajuste. A Arsec é o órgão responsável para examinar o pedido. O cálculo da tarifa é feito a partir da planilha de despesas das concessionárias.
Contudo, a população não sabe o quanto as empresas lucram com o transporte na capital. De acordo com Joedson Pinheiro, responsável para liderar a fiscalização das empresas, a Arsec tem acesso as planilhas de lucro, mas não leva esses valores em consideração quando calcula a tarifa.
Outro lado
Para a assessoria das empresas de transporte público de Cuiabá o número de novos ônibus é bem diferente daquele apresentado pela Arsec. De acordo com as concessionárias, foram adquiridos 69 novos veículos no ano passado. Esses ônibus já circulam pela capital.
