Caso não haja novo imprevisto, o relatório final da CPI das Obras da Copa do Mundo em 2014, encerrada no segundo semestre do ano passado, deve ser votado na sessão noturna desta quarta-feira (19), no plenário das deliberações da Assembleia Legislativa. A maioria dos deputados esteve reunida desde a noite de terça-feira (18) e o documento passou pelo crivo da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) nesta manhã. A informação foi confirmada pela assessoria do deputado Pedro Satélite (PSD), presidente da CCJR.
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O presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (PSB), assegurou que não existem medidas para postergar a votação, tampouco ambiente de confronto entre os parlamentares. “É normal que hajam opiniões diferentes, no Poder Legislativo, assim como existe no seio da sociedade. Nem todos pensam de forma igualitária”, definiu Eduardo Botelho, que passou toda a manhã se revezando entre atendimentos na presidência e reuniões com os colegas.
“É que aqui eu tenho 23 patrões e sou obrigado a respeitar a vontade da maioria. Mas a Mesa Diretora vai aguardar a manifestação [sobre o relatório da CPI das Obras da Copa] antes de votar”, resumiu Botelho.
O deputado Oscar Bezerra (PSB), que foi presidente da CPI, defende a votação do relatório final, na forma em que se encontra – apontando prejuízos de R$ 541,11 milhões para o Tesouro do Estado. Na divisão do rombo, seriam quase R$ 110 milhões na Arena Pantanal, mais de R$ 115 milhões em mobilidade e cerca de R$ 315 milhões com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
“Não vamos aceitar que a Assembleia seja
patrolada! Principalmente vindo de um colega que sabe como funciona. O Wilson [Santos] precisa respeitar o que foi feito na CPI das Obras da Copa”, disse Oscar Bezerra, recentemente, para a reportagem do Olhar Direto.
Defensor da conclusão do VLT, o deputado Wilson Santos (PSDB), que deixou a Secretaria de Estado das Cidades exclusivamente para tratar do tema, está articulando com os colegas para que haja bom senso. “Eu não tenho compromisso com o erro; nós somos um ser em evolução. A medida em que você se depara com novas informações, eu não vejo nenhum problema de mudar de opnião”, definiu Wilson, ao explicar porque ombreou com o governador José Pedro Taques (PSDB) para viabilizar o término do VLT.
Wilson Santos entende que vai conseguir convencer os demais parlamentares de que o VLT é uma opção segura para a Grande Cuiabá melhorar a qualidade de vida da população, notadamente daqueles que dependem de transporte público. “A nossa intenção é debater e trazer esclarecimentos, trazer documentos. Vou entregar ao deputado Oscar [Bezerra] todo o projeto executivo, que foi uma solicitação dele. São 15 CDs, todas as plantas de todo o conjunto do VLT, ele me pediu e eu estou trazendo. Hoje conheço esse assunto com muito mais profundidade”, resumiu Wilson.
Numa operação capitaneada por Wilson Santos, então na Secid, o governo de Mato Grosso firmou novo compromisso com o Consórcio VLT – no valor de R$ 922 milhões – para a retomada das obras em maio de 2017. A expectativa é de que até o final de 2018 ao menos a primeira etapa do VLT esteja em funcionamento, ligando o Aeroporto Marechal Cândido Rondon, em Várzea Grande, até o CPA-I (Morada da Serra), região Norte de Cuiabá. (
Colaborou Rogério Florentino Pereira)
