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Domingo, 05 de maio de 2024

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Trabalhadores dos Correios paralisam atividades por tempo indeterminado

Foto: Reprodução

Trabalhadores dos Correios paralisam atividades por tempo indeterminado
Contra a privatização, as demissões e retiradas de direitos, os trabalhadores dos Correios de Mato Grosso aderiram à grave nacional e interromperão suas atividades no Estado a partir de quinta-feira (27). A paralisação ocorre por tempo indeterminado e terá início, nos locais onde há terceiro turno, às 22h desta quarta-feira (26). O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso, Edimar Leite, ressalta que a luta também é pela melhoria no serviço oferecido a população.


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“Os Correios estão sendo propositalmente sucateados há algumas décadas, e por isso não conseguimos atender a população da melhor forma. Nós sabemos disso, e por isso queremos melhorias. Essa é uma estratégia para que o povo acredite que a saída é a privatização, mas isso não é verdade. Você acha que empresas privadas vão se instalar onde não há lucro? Isso vai contra a proposta de integração nacional que os Correios proporcionam”, diz.

Ele também lembra que ao longo de 10 anos, apenas dois concursos públicos foram realizados, aumentando a defasagem no número de funcionários e comprometendo seu trabalho. Só no Estado faltariam 400 carteiros, 120 operadores e 100 atendentes.

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) também reforçou a importância da mobilização para a sociedade, já que mais de 200 agências estão sendo fechadas por todo o Brasil. Com isso, muitos moradores do interior e das periferias vão ficar sem o atendimento bancário e postal dos Correios do Brasil. Além do fim das agências próprias dos Correios, com fortalecimento das franqueadas, o que esvazia os negócios da empresa para a iniciativa privada, a ECT implantou a entrega alternada em vários locais do país.

Assim, aprofunda a má qualidade na entrega de correspondências, que deixa de ser diária, retirando, dessa maneira, o direito do cliente de receber regularmente as encomendas. O atual presidente dos Correios, Guilherme Campos, indicado político do Partido Social Democrático (PSD), afirma à mídia dados negativos da empresa e um déficit financeiro em torno de R$ 4 bilhões. No entanto, a receita da estatal apenas cresce. Em contrapartida, a gestão da empresa adota medidas que maximizam os problemas nos Correios. Por exemplo, a ECT adotou normas contábeis que impactaram na contabilidade, sugerindo um déficit.

De R$ 2 bilhões anuais, em torno de R$ 1,5 bilhão são dados contábeis. O pós-emprego possui variáveis questionáveis, por exemplo: a tábua de mortalidade adotada pelos Correios é de 83 anos, no entanto, o IBGE trabalha com a estimativa em 72 anos. O lançamento contábil diferenciado significa, então, que a direção dos Correios não está, de fato, saindo do caixa da empresa.

Nos últimos anos, os Correios repassaram para o governo federal R$ 6 bilhões e, desse montante, R$ 3,9 bilhões foram acima do valor estabelecido legalmente, prejudicando as reservas financeiras e investimentos necessários para a modernização da empresa. Ainda, foi realizado distrato de R$ 2,3 bilhões do Banco Postal, com o Banco do Brasil, e destinados R$ 300 milhões em patrocínios nas Olimpíadas, fora os demais às confederações brasileiras.

Foi investido na CorreiosPar apenas para "cabides de emprego" e realizados gastos constantes com diversas consultorias, sem licitação e sem solução para os problemas dos Correios. Este ano, a direção dos Correios anunciou que está planejando demissões incentivadas. Esse processo dificulta ainda mais a situação na estatal, que não tem contratações há anos - o último concurso foi em 2011.

A suspensão das férias dos empregados por um ano também é um agravante para os afastamentos médicos, pela sobrecarga de trabalho. Com o plano de saúde ameaçado, os trabalhadores terão mais dificuldades para se recuperar. Com mais de 350 anos de existência, os Correios exercem papel fundamental na integração nacional e para a segurança postal. 

Outro Lado:

A assessoria dos Correios encaminhou nota à redação onde classifica o ato, nesse momento, como uma irresponsabilidade. 

Veja a íntegra:

"A paralisação dos empregados neste momento delicado pelo qual passa a empresa é um ato de irresponsabilidade, uma vez que a direção está e sempre esteve aberta ao diálogo com as representações dos trabalhadores. No entanto, informamos que os Correios irão adotar todas as medidas necessárias para garantir a continuidade de todos os serviços".

Atualizada às 12h25, do dia 27/4
 
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