O deputado estadual Coffy Rodrigues (PSDB) protocolou nesta quinta-feira, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, um pedido de impeachment do vice-governador Paulo Feijó (DEM). O tucano acusa o democrata de ter cometido irregularidades nos contratos firmados entre suas empresas e Ulbra (Universidade Luterana do Brasil).

O vice-governador é sócio das empresas APF Participações S/A e Votos Participações Ltda. Procurada pela reportagem, a assessoria de Feijó disse que ele não vai comentar a iniciativa do deputado. Feijó é adversário político da governadora Yeda Crusius (PSDB).

Coffy disse que estava reunindo os documentos para provar os atos ilícitos de Feijó desde maio deste ano, e que somente agora conseguiu protocolar o pedido de impeachment. "Não podia ser leviano para pedir o impeachment sem provas", afirmou.

O tucano disse que não está promovendo uma "caça às bruxas" ao pedir o impeachment do vice. Segundo ele, foi decisão individual, pois está cumprindo "um dever como cidadão e uma obrigação como parlamentar".

"Não estou fazendo nada em nome do PSDB, da minha bancada ou do governo, Não é uma perseguição [ao vice]. Lamento que seja ele. Fiz o que tinha que fazer", afirmou.

O contrato foi assinado em junho de 2007, quando Feijó já era vice-governador, e previa que a APF assessorasse a Ulbra na venda de três hospitais pertencentes à instituição e da carteira do plano de saúde da universidade. Nove meses depois, o contrato foi rescindido.

A Ulbra vive uma crise que provocou a queda do fundador da instituição e da reitoria e está sob auditoria. A universidade foi executada por dívidas tributárias que totalizam R$ 2 bilhões.

Em junho, o juiz federal Guilherme Pinho Machado, de Canoas (região metropolitana de Porto Alegre), determinou que o Ministério Público Federal investigasse o contrato.

Cópias do despacho do juiz e do contrato foram anexadas ao pedido de impeachment de Feijó.