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NÓS PRENDEMOS ARCANJO

Para Taques, cabe ao TJ decidir se retorno de Arcanjo representa perigo: 'vivo escoltado há 12 anos'

05 Ago 2017 - 16:43

De Barra do Garças - Jardel P. Arruda / Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

João Arcanjo Ribeiro em Júri

João Arcanjo Ribeiro em Júri

Às vésperas do retorno de João Arcanjo Ribeiro, para a Penitenciaria Central do Estado (PCE), em Cuiabá, o governador do Estado Pedro Taques (PSDB), ex-Ministério Público Estadual (MPE) e responsável pela investigação que resultou na prisão do bicheiro, se diz tranquilo. Disse que cabe somente ao Judiciário decidir se é seguro ou não o retorno para a capital mato-grossense, onde Arcanjo foi “rei” por longos anos. Taques lembrou que ainda hoje vive com sua família sob escolta e relembrou que, à época, muitos “medrosos e omissos” evitaram investigar o “Comendador”.


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Questionado sobre sua contribuição na prisão de Arcanjo, Taques chegou a evitar o assunto. "Tanta coisa que fizemos hoje [na Caravana da Transformação] e você quer falar sobre retorno de Arcanjo?", ironizou ao jornalista. Mas, não resistiu ao assunto. “Contribuí muito, existiam muitos medrosos e omissos que não fizeram nada e infelizmente os processos do Arcanjo estão sendo julgados agora, depois de 12 anos ou mais. Arcanjo está preso desde 11 de abril de 2003. Eu fui ao Uruguai prender Arcanjo, enquanto muitos batiam continência para Arcanjo, tomavam benção de Arcanjo, nós prendemos Arcanjo".

Sobre a insegurança que eventualmente traria o retorno do "Comendador" para a capital do Estado, Taques esquiva de julgar o mérito da decisão. "O Poder Judiciário é que decide se o retorno dele representa ou não perigo. A minha família e eu estamos com escolta policial há 12 anos em razão disto”.

Como Procurador da República, Taques foi o responsável pelas investigações na Sudam (Superintendência da Amazônia), envolvendo o então senador do PMDB, Jader Barbalho, e pela “Operação Arca de Noé”, que resultou na prisão de João Arcanjo. Desde então, passou a viver sob escolta.

Ainda quando senador pelo PDT, em 2011, concedeu entrevista à Folha de São Paulo em que revelou que um homem se entregou à Polícia Federal (PF) alegando ter sido contratado por João Arcanjo para matá-lo por R$ 300 mil.

A decisão pelo retorno do “Comendador” foi tomada esta semana pelos desembargadores Paulo da Cunha, relator do caso, Rondon Bassil e Gilberto Giraldelli, que votaram unanimemente. A decisão foi estabelecida em um agravo sobre a execução penal do ex-bicheiro.
 
Arcanjo estava detido na Penitenciária de Segurança Máxima do Rio Grande do Norte, em Mossoró. Por determinação datada de 30 de agosto de 2016, ele deveria necessariamente cumprir pena na instituição até o dia 30 de agosto deste ano. A execução penal no Nordeste poderia ser prorrogada, caso o Ministério Público pleiteasse a medida.
 
Ocorre que, no agravo sobre a decisão de 30 de agosto de 2016, a defesa do recuperando requereu o seu retorno para Cuiabá, sob a alegação de que não há motivação nem elementos suficientes que possam sustentar a sua manutenção no Rio Grande do Norte ou em qualquer outra penitenciária federal.
 
A defesa de Arcanjo, patrocinada por Paulo Fabrini, afirmou ainda que Arcanjo jamais cometeu qualquer desvio de conduta carcerária a justificar a renovação de sua custódia no referido presídio
 
Fabrini salientou que a falta de estrutura física e de segurança da Penitenciária Central do Estado, agravada com a superlotação, não podem ser atribuídas ao penitente.
 
O Ministério Público emitiu parecer afirmando que “[...] o detento [Arcanjo] é de altíssima periculosidade, com grandioso poderio econômico e financeiro e possui elevado grau de articulação e liderança dentro e fora das penitenciárias do Estado de Mato Grosso”.
 
Arcanjo foi inserido no sistema federal em agosto de 2007, quando foi transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), no mesmo dia da deflagração da operação “Arrego”, pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que comprovou que mesmo de dentro da PCE ele continuava comandando o jogo do bicho. Em abril de 2013 seguiu para a Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).

No julgamento do agravo, sob relatoria do desembargador Paulo da Cunha, foi salientado que Arcanjo nunca cometeu penalidade enquanto preso. Rondon Bassil complementou afirmando que o ex-bicheiro “sofre com a fama que ele próprio criou”.
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