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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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doença celíaca

Mãe “mobiliza” Câmara para obrigar capacitação de professores após filho sofrer crise alérgica na escola

Foto: Arquivo Pessoal

Silvia e o filho Emanuel, após a fala na Câmara

Silvia e o filho Emanuel, após a fala na Câmara

A Câmara Municipal de Cuiabá deve votar, na manhã da próxima quinta-feira (10), uma lei que obriga a Secretaria Municipal de Educação a oferecer capacitação sobre doentes celíacos e alérgicos alimentares nas escolas. O Projeto surgiu depois que Emanuel Augusto Jecez Artuzo, de cinco anos, ficou acamado por quatro dias após ter contato com glúten em uma escola municipal de Cuiabá.


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A doença celíaca é causada pela intolerância aguda ao glúten, uma proteína presente na semente de muitos cereais, como trigo, cevada, centeio e aveia. Ela atinge 1% da população, e tem como único tratamento a exclusão e não contato com a proteína. Se este contato não é evitado, o portador da doença pode apresentar diarréia crônica, prisão de ventre, anemia, falta de apetite, vômitos, emagrecimento ou obesidade, atraso de crescimento, humor alterado, distensão abdominal, dor abdominal, aftas de repetição e até osteoporose.

No caso de Emanuel, a doença foi descoberta aos três anos de idade. Segundo a mãe, Silvia Jecev, no entanto, este diagnóstico foi tardio: ela já tinha afetado os rins do garoto, que hoje trabalham com apenas 14% de sua capacidade.

Desde que descobriu a doença do filho, Silvia mudou completamente o modo de vida, e passou a lutar contra o preconceito e bullying. Além disso, ela mesma teve que parar de ingerir o glúten, já que o contato não é feito somente de forma direta, mas também com o contato pessoal (beijos e abraços em pessoas que ingeriram a proteína) e com contaminação cruzada (quando os alimentos são feitos nos mesmos utensílios ou colocados nas mesmas prateleiras de supermercado que alimentos com glúten). Além dos alimentos, shampoos, condicionadores e materiais escolares podem ser perigosos para os celíacos.

E foi uma massinha de modelar que fez Emanuel ficar acamado. “Ele estuda nessa escola há um ano, e neste tempo eu já fui lá, já expliquei, levei diversos laudos médicos mostrando que meu filho não pode ter nenhum tipo de contato. Mas neste dia a professora deu uma massinha de modelar para ele brincar, e continha glúten”, lembra a mãe.

A ocorrência fez com que Silvia decidisse que precisava de amparo legal. “Eu percebi que este não era o meu papel, e na verdade a escola nem me deixava fazer além do meu papel de mãe. Eu já cheguei a fazer pequenas palestras sobre o assunto, e mesmo assim não adiantou”, conta. Na última semana, a história de Silvia e Emanuel chegou aos ouvidos do vereador Luís Cláudio de Castro Sodré (PP), que convidou a mãe para falar na Tribuna Livre na última terça-feira (8).

Silvia preparou um discurso, e explicou em plenário sobre a situação, que não é só dela, mas de diversas mães. Em sua fala, afirmou que somente a informação poderia resolver este problema. “Eu sou só uma mãe que quer meus filhos nos braços por toda a vida”, disse. “Não é frescura, não é dieta da moda. É uma necessidade para se viver”, completou. Assista:



Após a fala, que emocionou o presidente da Câmara Justino Malheiros (PV) e os outros vereadores, Luís Claudio decidiu criar um Projeto de Lei que obriga a Secretaria de Educação a capacitar as equipes gestoras das escolas municipais sobre como receber as crianças celíacas e alérgicos alimentares.

Segundo o vereador, na sessão das 9h da manhã o projeto deve ser votado em caráter de urgência urgentíssima. “Para isso nós precisamos de 17 votos. Se não o projeto ainda teria que passar pelas comissões”, explica. “Se for aprovado em caráter de urgência, o projeto vai só aguardar a sanção do prefeito Emanuel Pinheiro”.

Para Silvia, este seria um grande avanço. “Eu confesso que não achei que o resultado seria tão rápido, de terça pra hoje minha vida mudou. Foi tudo de uma vez. Mas estou muito feliz”, afirma. 
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