A Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano, que projeta arrecadação de pelo menos R$ 18,83 bilhões em 2018, foi sancionada pelo governador Pedro Taques (PSDB). A expectativa do Governo, no entanto, não é das melhores. De acordo com o secretário de Planejamento, Guilherme Muller, o orçamento do Estado continua extremamente restritivo e o trabalho, daqui para a frente, será para tentar garantir os repasses que já estão previstos.
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“A situação continua com uma gestão orçamentária financeira extremamente restritiva. Não há possibilidade de se fazer nenhum investimento novo, a gente está querendo garantir o que já existe. Só no 1º semestre desse ano, a frustração de receita ultrapassou R$ 600 milhões”, afirmou Guilherme Muller, em entrevista ao
Olhar Direto.
Pelas projeções da equipe técnica do Governo, em 2018 haverá crescimento de 2,19% em relação a previsão deste ano de 2017. No entanto, com a permanência da crise, a receita bruta obtida nos primeiros quatro meses deste ano ficou 10,2% menor que o esperado. Foram R$ 690,8 milhões a menos nos cofres do Estado.
As declarações dadas pelo secretário de Planejamento, vão na contramão do que foi exposto no projeto da LDO, que agora volta para a Assembleia Legislativa para ensejar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018.
O texto da LDO afirma que, com base nos indicadores macroeconômicos, haverá uma estabilização da crise bem como a retomada do crescimento nos próximos anos. “Neste sentido Mato Grosso apresenta uma recuperação mais vigorosa em relação ao País”.
De acordo com o documento, o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso deverá crescer 2,37%, enquanto a projeção para o Brasil é de 2,30%. O projeto indica que este crescimento seguirá nos anos seguintes, atingindo 3,60% até 2020.
“Numa situação como essa, a boa gestão diz o seguinte: pé no chão e esperar o que vai acontecer, porque as restrições não nos permitem fazer absolutamente nada além disso. É preciso cautela”, advertiu o secretário.